quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

L9795

L9795

LEI No 9.795, DE 27 DE ABRIL DE 1999.

Mensagem de Veto

Regulamento

Dispõe sobre a educação ambiental, institui a Política Nacional de Educação Ambiental e dá outras providências.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:

CAPÍTULO I

DA EDUCAÇÃO AMBIENTAL

Art. 1o Entendem-se por educação ambiental os processos por meio dos quais o indivíduo e a coletividade constroem valores sociais, conhecimentos, habilidades, atitudes e competências voltadas para a conservação do meio ambiente, bem de uso comum do povo, essencial à sadia qualidade de vida e sua sustentabilidade.

Art. 2o A educação ambiental é um componente essencial e permanente da educação nacional, devendo estar presente, de forma articulada, em todos os níveis e modalidades do processo educativo, em caráter formal e não-formal.

Art. 3o Como parte do processo educativo mais amplo, todos têm direito à educação ambiental, incumbindo:

I - ao Poder Público, nos termos dos arts. 205 e 225 da Constituição Federal, definir políticas públicas que incorporem a dimensão ambiental, promover a educação ambiental em todos os níveis de ensino e o engajamento da sociedade na conservação, recuperação e melhoria do meio ambiente;

II - às instituições educativas, promover a educação ambiental de maneira integrada aos programas educacionais que desenvolvem;

III - aos órgãos integrantes do Sistema Nacional de Meio Ambiente - Sisnama, promover ações de educação ambiental integradas aos programas de conservação, recuperação e melhoria do meio ambiente;

IV - aos meios de comunicação de massa, colaborar de maneira ativa e permanente na disseminação de informações e práticas educativas sobre meio ambiente e incorporar a dimensão ambiental em sua programação;

V - às empresas, entidades de classe, instituições públicas e privadas, promover programas destinados à capacitação dos trabalhadores, visando à melhoria e ao controle efetivo sobre o ambiente de trabalho, bem como sobre as repercussões do processo produtivo no meio ambiente;

VI - à sociedade como um todo, manter atenção permanente à formação de valores, atitudes e habilidades que propiciem a atuação individual e coletiva voltada para a prevenção, a identificação e a solução de problemas ambientais.

Art. 4o São princípios básicos da educação ambiental:

I - o enfoque humanista, holístico, democrático e participativo;

II - a concepção do meio ambiente em sua totalidade, considerando a interdependência entre o meio natural, o sócio-econômico e o cultural, sob o enfoque da sustentabilidade;

III - o pluralismo de idéias e concepções pedagógicas, na perspectiva da inter, multi e transdisciplinaridade;

IV - a vinculação entre a ética, a educação, o trabalho e as práticas sociais;

V - a garantia de continuidade e permanência do processo educativo;

VI - a permanente avaliação crítica do processo educativo;

VII - a abordagem articulada das questões ambientais locais, regionais, nacionais e globais;

VIII - o reconhecimento e o respeito à pluralidade e à diversidade individual e cultural.

Art. 5o São objetivos fundamentais da educação ambiental:

I - o desenvolvimento de uma compreensão integrada do meio ambiente em suas múltiplas e complexas relações, envolvendo aspectos ecológicos, psicológicos, legais, políticos, sociais, econômicos, científicos, culturais e éticos;

II - a garantia de democratização das informações ambientais;

III - o estímulo e o fortalecimento de uma consciência crítica sobre a problemática ambiental e social;

IV - o incentivo à participação individual e coletiva, permanente e responsável, na preservação do equilíbrio do meio ambiente, entendendo-se a defesa da qualidade ambiental como um valor inseparável do exercício da cidadania;

V - o estímulo à cooperação entre as diversas regiões do País, em níveis micro e macrorregionais, com vistas à construção de uma sociedade ambientalmente equilibrada, fundada nos princípios da liberdade, igualdade, solidariedade, democracia, justiça social, responsabilidade e sustentabilidade;

VI - o fomento e o fortalecimento da integração com a ciência e a tecnologia;

VII - o fortalecimento da cidadania, autodeterminação dos povos e solidariedade como fundamentos para o futuro da humanidade.

CAPÍTULO II

DA POLÍTICA NACIONAL DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL

Seção I

Disposições Gerais

Art. 6o É instituída a Política Nacional de Educação Ambiental.

Art. 7o A Política Nacional de Educação Ambiental envolve em sua esfera de ação, além dos órgãos e entidades integrantes do Sistema Nacional de Meio Ambiente - Sisnama, instituições educacionais públicas e privadas dos sistemas de ensino, os órgãos públicos da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, e organizações não-governamentais com atuação em educação ambiental.

Art. 8o As atividades vinculadas à Política Nacional de Educação Ambiental devem ser desenvolvidas na educação em geral e na educação escolar, por meio das seguintes linhas de atuação inter-relacionadas:

I - capacitação de recursos humanos;

II - desenvolvimento de estudos, pesquisas e experimentações;

III - produção e divulgação de material educativo;

IV - acompanhamento e avaliação.

§ 1o Nas atividades vinculadas à Política Nacional de Educação Ambiental serão respeitados os princípios e objetivos fixados por esta Lei.

§ 2o A capacitação de recursos humanos voltar-se-á para:

I - a incorporação da dimensão ambiental na formação, especialização e atualização dos educadores de todos os níveis e modalidades de ensino;

II - a incorporação da dimensão ambiental na formação, especialização e atualização dos profissionais de todas as áreas;

III - a preparação de profissionais orientados para as atividades de gestão ambiental;

IV - a formação, especialização e atualização de profissionais na área de meio ambiente;

V - o atendimento da demanda dos diversos segmentos da sociedade no que diz respeito à problemática ambiental.

§ 3o As ações de estudos, pesquisas e experimentações voltar-se-ão para:

I - o desenvolvimento de instrumentos e metodologias, visando à incorporação da dimensão ambiental, de forma interdisciplinar, nos diferentes níveis e modalidades de ensino;

II - a difusão de conhecimentos, tecnologias e informações sobre a questão ambiental;

III - o desenvolvimento de instrumentos e metodologias, visando à participação dos interessados na formulação e execução de pesquisas relacionadas à problemática ambiental;

IV - a busca de alternativas curriculares e metodológicas de capacitação na área ambiental;

V - o apoio a iniciativas e experiências locais e regionais, incluindo a produção de material educativo;

VI - a montagem de uma rede de banco de dados e imagens, para apoio às ações enumeradas nos incisos I a V.

Seção II

Da Educação Ambiental no Ensino Formal

Art. 9o Entende-se por educação ambiental na educação escolar a desenvolvida no âmbito dos currículos das instituições de ensino públicas e privadas, englobando:

I - educação básica:

a) educação infantil;

b) ensino fundamental e

c) ensino médio;

II - educação superior;

III - educação especial;

IV - educação profissional;

V - educação de jovens e adultos.

Art. 10. A educação ambiental será desenvolvida como uma prática educativa integrada, contínua e permanente em todos os níveis e modalidades do ensino formal.

§ 1o A educação ambiental não deve ser implantada como disciplina específica no currículo de ensino.

§ 2o Nos cursos de pós-graduação, extensão e nas áreas voltadas ao aspecto metodológico da educação ambiental, quando se fizer necessário, é facultada a criação de disciplina específica.

§ 3o Nos cursos de formação e especialização técnico-profissional, em todos os níveis, deve ser incorporado conteúdo que trate da ética ambiental das atividades profissionais a serem desenvolvidas.

Art. 11. A dimensão ambiental deve constar dos currículos de formação de professores, em todos os níveis e em todas as disciplinas.

Parágrafo único. Os professores em atividade devem receber formação complementar em suas áreas de atuação, com o propósito de atender adequadamente ao cumprimento dos princípios e objetivos da Política Nacional de Educação Ambiental.

Art. 12. A autorização e supervisão do funcionamento de instituições de ensino e de seus cursos, nas redes pública e privada, observarão o cumprimento do disposto nos arts. 10 e 11 desta Lei.

Seção III

Da Educação Ambiental Não-Formal

Art. 13. Entendem-se por educação ambiental não-formal as ações e práticas educativas voltadas à sensibilização da coletividade sobre as questões ambientais e à sua organização e participação na defesa da qualidade do meio ambiente.

Parágrafo único. O Poder Público, em níveis federal, estadual e municipal, incentivará:

I - a difusão, por intermédio dos meios de comunicação de massa, em espaços nobres, de programas e campanhas educativas, e de informações acerca de temas relacionados ao meio ambiente;

II - a ampla participação da escola, da universidade e de organizações não-governamentais na formulação e execução de programas e atividades vinculadas à educação ambiental não-formal;

III - a participação de empresas públicas e privadas no desenvolvimento de programas de educação ambiental em parceria com a escola, a universidade e as organizações não-governamentais;

IV - a sensibilização da sociedade para a importância das unidades de conservação;

V - a sensibilização ambiental das populações tradicionais ligadas às unidades de conservação;

VI - a sensibilização ambiental dos agricultores;

VII - o ecoturismo.

CAPÍTULO III

DA EXECUÇÃO DA POLÍTICA NACIONAL DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL

Art. 14. A coordenação da Política Nacional de Educação Ambiental ficará a cargo de um órgão gestor, na forma definida pela regulamentação desta Lei.

Art. 15. São atribuições do órgão gestor:

I - definição de diretrizes para implementação em âmbito nacional;

II - articulação, coordenação e supervisão de planos, programas e projetos na área de educação ambiental, em âmbito nacional;

III - participação na negociação de financiamentos a planos, programas e projetos na área de educação ambiental.

Art. 16. Os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, na esfera de sua competência e nas áreas de sua jurisdição, definirão diretrizes, normas e critérios para a educação ambiental, respeitados os princípios e objetivos da Política Nacional de Educação Ambiental.

Art. 17. A eleição de planos e programas, para fins de alocação de recursos públicos vinculados à Política Nacional de Educação Ambiental, deve ser realizada levando-se em conta os seguintes critérios:

I - conformidade com os princípios, objetivos e diretrizes da Política Nacional de Educação Ambiental;

II - prioridade dos órgãos integrantes do Sisnama e do Sistema Nacional de Educação;

III - economicidade, medida pela relação entre a magnitude dos recursos a alocar e o retorno social propiciado pelo plano ou programa proposto.

Parágrafo único. Na eleição a que se refere o caput deste artigo, devem ser contemplados, de forma eqüitativa, os planos, programas e projetos das diferentes regiões do País.

Art. 18. (VETADO)

Art. 19. Os programas de assistência técnica e financeira relativos a meio ambiente e educação, em níveis federal, estadual e municipal, devem alocar recursos às ações de educação ambiental.

CAPÍTULO IV

DISPOSIÇÕES FINAIS

Art. 20. O Poder Executivo regulamentará esta Lei no prazo de noventa dias de sua publicação, ouvidos o Conselho Nacional de Meio Ambiente e o Conselho Nacional de Educação.

Art. 21. Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.

Brasília, 27 de abril de 1999; 178o da Independência e 111o da República.

FERNANDO HENRIQUE CARDOSO Paulo Renato Souza José Sarney Filho

Este texto não substitui o publicado no D.O.U. de 28.4.1999

D4281

D4281

DECRETO Nº 4.281, DE 25 DE JUNHO DE 2002.

Regulamenta a Lei no 9.795, de 27 de abril de 1999, que institui a Política Nacional de Educação Ambiental, e dá outras providências.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, no uso da atribuição que lhe confere o art. 84, inciso IV, da Constituição, e tendo em vista o disposto na Lei no 9.795, de 27 de abril de 1999,

DECRETA:

Art. 1o A Política Nacional de Educação Ambiental será executada pelos órgãos e entidades integrantes do Sistema Nacional de Meio Ambiente - SISNAMA, pelas instituições educacionais públicas e privadas dos sistemas de ensino, pelos órgãos públicos da União, Estados, Distrito Federal e Municípios, envolvendo entidades não governamentais, entidades de classe, meios de comunicação e demais segmentos da sociedade.

Art. 2o Fica criado o Órgão Gestor, nos termos do art. 14 da Lei no 9.795, de 27 de abril de 1999, responsável pela coordenação da Política Nacional de Educação Ambiental, que será dirigido pelos Ministros de Estado do Meio Ambiente e da Educação.

§ 1o Aos dirigentes caberá indicar seus respectivos representantes responsáveis pelas questões de Educação Ambiental em cada Ministério.

§ 2o As Secretarias-Executivas dos Ministérios do Meio Ambiente e da Educação proverão o suporte técnico e administrativo necessários ao desempenho das atribuições do Órgão Gestor.

§ 3o Cabe aos dirigentes a decisão, direção e coordenação das atividades do Órgão Gestor, consultando, quando necessário, o Comitê Assessor, na forma do art. 4o deste Decreto.

Art. 3o Compete ao Órgão Gestor:

I - avaliar e intermediar, se for o caso, programas e projetos da área de educação ambiental, inclusive supervisionando a recepção e emprego dos recursos públicos e privados aplicados em atividades dessa área;

II - observar as deliberações do Conselho Nacional de Meio Ambiente - CONAMA e do Conselho Nacional de Educação - CNE;

III - apoiar o processo de implementação e avaliação da Política Nacional de Educação Ambiental em todos os níveis, delegando competências quando necessário;

IV - sistematizar e divulgar as diretrizes nacionais definidas, garantindo o processo participativo;

V - estimular e promover parcerias entre instituições públicas e privadas, com ou sem fins lucrativos, objetivando o desenvolvimento de práticas educativas voltadas à sensibilização da coletividade sobre questões ambientais;

VI - promover o levantamento de programas e projetos desenvolvidos na área de Educação Ambiental e o intercâmbio de informações;

VII - indicar critérios e metodologias qualitativas e quantitativas para a avaliação de programas e projetos de Educação Ambiental;

VIII - estimular o desenvolvimento de instrumentos e metodologias visando o acompanhamento e avaliação de projetos de Educação Ambiental;

IX - levantar, sistematizar e divulgar as fontes de financiamento disponíveis no País e no exterior para a realização de programas e projetos de educação ambiental;

X - definir critérios considerando, inclusive, indicadores de sustentabilidade, para o apoio institucional e alocação de recursos a projetos da área não formal;

XI - assegurar que sejam contemplados como objetivos do acompanhamento e avaliação das iniciativas em Educação Ambiental:

a) a orientação e consolidação de projetos;

b) o incentivo e multiplicação dos projetos bem sucedidos; e,

c) a compatibilização com os objetivos da Política Nacional de Educação Ambiental.

Art. 4o Fica criado Comitê Assessor com o objetivo de assessorar o Órgão Gestor, integrado por um representante dos seguintes órgãos, entidades ou setores:

I - setor educacional-ambiental, indicado pelas Comissões Estaduais Interinstitucionais de Educação Ambiental;

II - setor produtivo patronal, indicado pelas Confederações Nacionais da Indústria, do Comércio e da Agricultura, garantida a alternância;

III - setor produtivo laboral, indicado pelas Centrais Sindicais, garantida a alternância;

IV - Organizações Não-Governamentais que desenvolvam ações em Educação Ambiental, indicado pela Associação Brasileira de Organizações não Governamentais - ABONG;

V - Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil - OAB;

VI - municípios, indicado pela Associação Nacional dos Municípios e Meio Ambiente - ANAMMA;

VII - Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência - SBPC;

VIII - Conselho Nacional do Meio Ambiente - CONAMA, indicado pela Câmara Técnica de Educação Ambiental, excluindo-se os já representados neste Comitê;

IX - Conselho Nacional de Educação - CNE;

X - União dos Dirigentes Municipais de Educação - UNDIME;

XI - Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis - IBAMA;

XII - da Associação Brasileira de Imprensa - ABI; e

XIII - da Associação Brasileira de Entidades Estaduais de Estado de Meio Ambiente - ABEMA.

§ 1o A participação dos representantes no Comitê Assessor não enseja qualquer tipo de remuneração, sendo considerada serviço de relevante interesse público.

§ 2o O Órgão Gestor poderá solicitar assessoria de órgãos, instituições e pessoas de notório saber, na área de sua competência, em assuntos que necessitem de conhecimento específico.

Art. 5o Na inclusão da Educação Ambiental em todos os níveis e modalidades de ensino, recomenda-se como referência os Parâmetros e as Diretrizes Curriculares Nacionais, observando-se:

I - a integração da educação ambiental às disciplinas de modo transversal, contínuo e permanente; e

II - a adequação dos programas já vigentes de formação continuada de educadores.

Art. 6o Para o cumprimento do estabelecido neste Decreto, deverão ser criados, mantidos e implementados, sem prejuízo de outras ações, programas de educação ambiental integrados:

I - a todos os níveis e modalidades de ensino;

II - às atividades de conservação da biodiversidade, de zoneamento ambiental, de licenciamento e revisão de atividades efetivas ou potencialmente poluidoras, de gerenciamento de resíduos, de gerenciamento costeiro, de gestão de recursos hídricos, de ordenamento de recursos pesqueiros, de manejo sustentável de recursos ambientais, de ecoturismo e melhoria de qualidade ambiental;

III - às políticas públicas, econômicas, sociais e culturais, de ciência e tecnologia de comunicação, de transporte, de saneamento e de saúde;

IV - aos processos de capacitação de profissionais promovidos por empresas, entidades de classe, instituições públicas e privadas;

V - a projetos financiados com recursos públicos; e

VI - ao cumprimento da Agenda 21.

§ 1o Cabe ao Poder Público estabelecer mecanismos de incentivo à aplicação de recursos privados em projetos de Educação Ambiental.

§ 2o O Órgão Gestor estimulará os Fundos de Meio Ambiente e de Educação, nos níveis Federal, Estadual e Municipal a alocarem recursos para o desenvolvimento de projetos de Educação Ambiental.

Art. 7o O Ministério do Meio Ambiente, o Ministério da Educação e seus órgãos vinculados, na elaboração dos seus respectivos orçamentos, deverão consignar recursos para a realização das atividades e para o cumprimento dos objetivos da Política Nacional de Educação Ambiental.

Art. 8o A definição de diretrizes para implementação da Política Nacional de Educação Ambiental em âmbito nacional, conforme a atribuição do Órgão Gestor definida na Lei, deverá ocorrer no prazo de oito meses após a publicação deste Decreto, ouvidos o Conselho Nacional do Meio Ambiente-CONAMA e o Conselho Nacional de Educação - CNE.

Art. 9o Este Decreto entra em vigor na data de sua publicação.

Brasília, 25 de junho de 2002, 181o da Independência e 114o da República.

FERNANDO HENRIQUE CARDOSO Paulo Renato de Souza José Carlos Carvalho

Este texto não substitui o publicado no D.O.U. de 26.6.2002

http://www.mma.gov.br/estruturas/a3p/_arquivos/cartilha_a3p_36.pdf

Agenda Ambiental na Administração Pública | A3P
Histórico
A Agenda Ambiental na Administração Pública
(A3P) surgiu em 1999 como um projeto do Ministério do Meio Ambiente que buscava a revisão dos
padrões de produção e consumo e a adoção de
novos referenciais de sustentabilidade ambiental
nas instituições da administração pública.
Dois anos após o lançamento do projeto, foi criado o Programa Agenda Ambiental na Administração
Pública, cujo objetivo era sensibilizar os gestores pú-
blicos para a importância das questões ambientais,
estimulando-os a incorporar princípios e critérios
de gestão ambiental em suas atividades rotineiras.
Em 2002, a A3P foi reconhecida pela Unesco
devido à relevância do trabalho desempenhado e
dos resultados positivos obtidos ao longo do seu
desenvolvimento, ganhando o prêmio “O melhor
dos exemplos” na categoria Meio Ambiente.
Diante da sua importância, a A3P foi incluída no
PPA 2004/2007 como ação integrante do programa
de Educação Ambiental para Sociedades Sustentáveis, tendo continuidade no PPA 2008/2011. Essa
medida garantiu recursos que viabilizaram a implantação efetiva da A3P, tornando-a um referencial de
sustentabilidade nas atividades públicas.
A partir de 2007, com a reestruturação do Ministério do Meio Ambiente, a A3P passou a integrar o
Departamento de Cidadania e Responsabilidade
Socioambiental (DCRS), da Secretaria de Articulação Institucional e Cidadania Ambiental (SAIC).
Nesse novo arranjo institucional, a A3P foi fortalecida enquanto Agenda de Responsabilidade Socioambiental do Governo e passou a ser uma das
principais ações para proposição e estabelecimento de um novo compromisso governamental ante as
atividades da gestão pública, englobando critérios
ambientais, sociais e econômicos a tais atividades.
Atualmente, o principal desafio da A3P é promover a Responsabilidade Socioambiental como
política governamental, auxiliando na integração
da agenda de crescimento econômico concomitantemente ao desenvolvimento sustentável,
por meio da inserção de princípios e práticas de
sustentabilidade socioambiental no âmbito da
administração pública.31
Marco Legal
O Código Florestal, publicado em 1965 (Lei nº
4.771), constituiu um dos primeiros passos em
termos de legislação ambiental no Brasil. Suas
premissas abordavam a proteção de florestas
nativas e a definição das áreas de preservação
permanente, onde a conservação da vegetação
é obrigatória. As sanções ambientais que existiam
na lei foram criminalizadas a partir da Lei de Crimes Ambientais, em 1998.
Criada em 1981, a Lei da Política Nacional do
Meio Ambiente (Lei nº 6.938) é considerada um
marco histórico no desenvolvimento do direito
ambiental, estabelecendo definições legais sobre
os temas: meio ambiente, degradação da qualidade ambiental, poluição, poluidor e recursos
ambientais. Esta lei instituiu, entre outros, um
importante mecanismo de proteção ambiental
– o estudo prévio de impacto ambiental (EIA)
e seu respectivo relatório (Rima), instrumentos
modernos em termos ambientais mundiais.
Seguiu-se à Lei de Ação Civil Pública (Lei nº
7.347, de 1985), a qual tutela os valores ambientais, disciplinando a ação civil pública de
responsabilidade por danos causados ao meio
ambiente, ao consumidor, a bens e direitos
de valor artístico, estético, histórico, turístico
e paisagístico.
Em 1988, nossa Constituição Federal dedicou,
em seu título VIII - Da Ordem Social - Capítulo VI,
Artigo 225, normas direcionais da problemática
ambiental, definindo meio ambiente como bem
de uso comum do povo.
Já a Lei nº 9.605, de 12 de fevereiro de 1998,
que trata dos crimes ambientais e citada anteriormente, é considerada um marco na proteção
efetiva do meio ambiente.
Por sua vez, a Conferência da ONU sobre o
Meio Ambiente e Desenvolvimento, realizada
no Rio de Janeiro e conhecida como ECO-92,
sacramentou, em termos mundiais, a preocupa-
ção com as questões ambientais, reforçando os
princípios e as regras para o combate à degradação ambiental. Uma das principais conquistas
da conferência foi a elaboração da Agenda 21,
instrumento diretriz do desenvolvimento sustentá-
vel que concilia métodos de proteção ambiental,
justiça social e eficiência econômica.
As diretrizes da A3P se fundamentam nas recomendações do Capítulo IV da Agenda 21, que indica aos países o “estabelecimento de programas
voltados ao exame dos padrões insustentáveis
de produção e consumo e o desenvolvimento
de políticas e estratégias nacionais de estímulo a
mudanças nos padrões insustentáveis de consumo”, no Princípio 8 da Declaração do Rio/92, que
afirma que “os Estados devem reduzir e eliminar
padrões insustentáveis de produção e consumo
e promover políticas demográficas adequadas”
e, ainda, na Declaração de Joanesburgo, que
institui a “adoção do consumo sustentável como
princípio basilar do desenvolvimento sustentável”.
Em face do ordenamento jurídico brasileiro,
entende-se ser viável a implantação de uma polí-
tica de responsabilidade socioambiental no Brasil.32
“... o que se impõe a todo agente público de realizar suas
atribuições com presteza, perfeição e rendimento funcional.
É o mais moderno princípio da função administrativa, que
já não se contenta em ser desempenhada apenas com
legalidade, exigindo resultados positivos para o serviço
público e satisfatório atendimento das necessidades da
comunidade e de seus membros.” (princípio da eficiência
administrativa – Hely Lopes Meirelles).
O que é a A3P?
A A3P é um programa que busca incorporar os
princípios da responsabilidade socioambiental nas
atividades da Administração Pública, através do
estímulo a determinadas ações que vão, desde
uma mudança nos investimentos, compras e contratações de serviços pelo governo, passando pela
sensibilização e capacitação dos servidores, pela
gestão adequada dos recursos naturais utilizados
e resíduos gerados, até a promoção da melhoria da
qualidade de vida no ambiente de trabalho. Essas
ações embasam e estruturam os eixos temáticos
da A3P, tratados no capítulo seguinte.
A Agenda se encontra em harmonia com o princípio da economicidade, que se traduz na relação
custo-benefício e, ao mesmo tempo, atende ao
princípio constitucional da eficiência, incluído no
texto da Carta Magna (art. 37) por meio da Emenda Constitucional 19/1998, e que se trata de um
dever da administração. 33
Objetivos da A3P
Sensibilizar os gestores públicos
para as questões socioambientais;
Promover o uso racional dos
recursos naturais e a redução
de gastos institucionais;
Contribuir para revisão dos padrões
de produção e consumo e para a adoção
de novos referenciais de sustentabilidade
no âmbito da administração pública;
Reduzir o impacto socioambiental
negativo direto e indireto causado
pela execução das atividades de
caráter administrativo e operacional;
Contribuir para a melhoria
da qualidade de vida.
A A3P tem como principal objetivo estimular a
reflexão e a mudança de atitude dos servidores
para que os mesmos incorporem os critérios de
gestão socioambiental em suas atividades rotineiras. A A3P também busca:3435
Eixos Temáticos
da A3P36
Em suas ações, a agenda ambiental tem priorizado como um de seus princípios a política dos
5 R’s: Repensar, Reduzir, Reaproveitar, Reciclar
e Recusar consumir produtos que gerem impactos socioambientais significativos. Esse último
R, em grande medida, irá definir o sucesso de
qualquer iniciativa para a introdução de critérios
ambientais no local de trabalho.
Nesse contexto, diante da importância que as
instituições públicas possuem em “dar o exemplo”
para redução de impactos socioambientais negativos, a A3P foi estruturada em cinco eixos temáticos
prioritários – uso racional dos recursos naturais
e bens públicos, gestão adequada dos resíduos
gerados, qualidade de vida no ambiente de trabalho, sensibilização e capacitação dos servidores e
licitações sustentáveis - descritos a seguir:
Eixos Temáticos da A3P37
Estudos apontam que o consumo dos recursos
naturais já excede em 30% a capacidade do planeta se regenerar, se mantivermos o ritmo atual,
somado ao crescimento populacional, em torno
de 2030 precisaríamos de mais dois planetas
para nos manter.
O acúmulo de riqueza e o consumo cada vez
maior de bens e serviços fazem parte das sociedades e economias modernas. Infelizmente, a cultura
do desperdício é a marca do nosso tempo, fruto
de um modelo econômico apoiado em padrões de
consumo e produção insustentáveis, que ultrapassa as camadas de alta renda e paradoxalmente
atinge as camadas menos favorecidas. Cabe-nos
refletir sobre a origem e a hegemonia de uma
cultura pautada pelo desperdício.
A economia brasileira caracteriza-se por elevado nível de desperdício de recursos naturais. A
redução desses constitui verdadeira reserva de
desenvolvimento para o Brasil, bem como fonte
de bons negócios para empresas decididas a
enfrentar o problema.
Quando se fala em meio ambiente, passam
despercebidas oportunidades de negócios ou
de redução de custos. Sendo o meio ambiente
um potencial provedor de recursos mal aproveitados, sua inclusão no horizonte de negócios
pode gerar atividades que proporcionem lucro
ou pelo menos se paguem com a poupança de
energia, de água, ou de outros recursos naturais.
Reciclar resíduos, por exemplo, é transformá-los
em produtos com valor agregado. Conservar
energia, água e outros recursos naturais é reduzir
custos de produção.
Tanto a proteção ambiental, em face da crescente demanda, como a potencialização de
novas possibilidades de oferta ambiental adquiriram importância extraordinária, cuja influ-
ência sobre o desenvolvimento se torna cada
vez mais relevante. Uma abordagem básica
relacionada às preocupações ambientais se
constitui na utilização positiva do meio ambiente
no processo de desenvolvimento. Trata-se da
valorização de recursos que ainda não haviam
sido incorporados à atividade econômica. É recurso hoje o que não foi recurso ontem. Poderá
ser recurso amanhã o que não foi percebido
hoje como recurso.
Usar racionalmente os recursos naturais e bens públicos implica em usá-
los de forma econômica e racional evitando o seu desperdício. Este eixo
engloba o uso racional de energia, água e madeira além do consumo de
papel, copos plásticos e outros materiais de expediente.
1 Uso racional dos recursos naturais e bens públicos38
Escassez dos Recursos Naturais
Água
Inúmeras são as previsões relativas à escassez
de água, em conseqüência da desconsideração
da sua esgotabilidade. A água é um dos recursos
naturais fundamentais para as diferentes atividades
humanas e para a vida, de uma forma geral.
O Brasil detém 13% das reservas de água
doce do Planeta, que são de apenas 3%. Esta
visão de abundância, aliada à grande dimensão
continental do País, favoreceu o desenvolvimento
de uma consciência de inesgotabilidade, isto
é, um consumo distante dos princípios de
sustentabilidade e sem preocupação com a
escassez. A elevada taxa de desperdício de água
no Brasil, 70%, comprova essa despreocupação.
Energia
No início de 2008, o Brasil esteve na iminência
de um novo apagão de energia. A falta de chuvas
colocou o país em estado de alerta, temendo
uma repetição da crise de 2001, neste período a
indústria sentiu a alta dos preços da energia no
mercado, que chegaram a quase R$ 600/MWh.
As poucas chuvas do início do ano levaram o
Operador Nacional do Sistema (ONS) a acionar
usinas térmicas para garantir a estabilidade do
suprimento de energia. Estas usinas térmicas
utilizam combustíveis fósseis como carvão,
óleo combustível e gás natural, insumos de
fornecimento cada vez mais caro e instável e de
grandes emissões de gases de efeito estufa.
O consumo de energia elétrica está aumentando
cada vez mais e é um fator bastante preocupante
pela possibilidade de afetar a vida da população.
Surge então a necessidade de utilizá-la de modo
inteligente e eficaz. Nesse cenário, a eficiência
energética assume hoje uma importância capital
no desempenho empresarial e no equilíbrio
financeiro das famílias, sociedade e governos. 39
A gestão adequada dos resíduos passa pela adoção da política dos 5R´s:
Repensar, Reduzir, Reutilizar, Reciclar e Recusar. Dessa forma deve-se
primeiramente pensar em reduzir o consumo e combater o desperdício
para só então destinar o resíduo gerado corretamente.
2 Gestão adequada dos resíduos gerados
A situação do manejo de resíduos sólidos no
país é um assunto que tem recebido cada vez mais
atenção por parte das instituições públicas, em
todos os níveis de governo. Os governos federal
e estaduais têm aplicado mais recursos e criado
programas e linhas de crédito específicas voltadas
para a gestão adequada dos resíduos.
Segundo a Pesquisa Nacional de Saneamento Básico (PNSB, 2000), são coletados, diariamente, cerca de 228.413 toneladas de resíduos
sólidos, sendo mais de 50% referente aos resí-
duos domiciliares. Uma outra parte significativa
desses resíduos é gerada pela administração
pública na realização de suas atividades. Entre
os resíduos produzidos em maiores quantidades
encontram-se: papéis, plásticos, cartuchos e
tonners, lâmpadas fluorescentes, lixo eletrônico
e, em menor quantidade, vidros e metais, além
de pilhas e baterias.
No que diz respeito à destinação dos resíduos
no Brasil, nos últimos anos, também houve uma
significativa melhoria da situação, mas ainda há
muito a ser feito. Nesse sentido, é muito importante
que os órgãos públicos definam e adotem mecanismos para destinação adequada dos resíduos
gerados, aproveitando para promover a internalização do conceito dos 5Rs (Repensar, Recusar,
Reduzir, Reutilizar e Reciclar) nos mais diversos
órgãos e instituições da administração pública.40
Repensar Repensar a necessidade de
consumo e os padrões de
produção e descarte adotados.
Recusar Recusar possibilidades de
consumo desnecessário e
produtos que gerem impactos
ambientais significativos.
Reduzir Reduzir significa evitar os
desperdícios, consumir menos
produtos, preferindo aqueles
que ofereçam menor potencial
de geração de resíduos e
tenham maior durabilidade.
Reutilizar Reutilizar é uma forma e evitar
que vá para o lixo aquilo que
não é lixo reaproveitando tudo
o que estiver em bom estado.
É ser criativo, inovador usando
um produto de diferentes
maneiras.
Reciclar Reciclar significa transformar
materiais usados em matériasprimas para outros produtos
por meio de processos
industriais ou artesanais.
É importante destacar a diferença
entre Reutilizar e Reciclar.
Reutilizar significa usar novamente
um material antes de descartá-lo.
Reciclar é transformar os produtos
em matéria prima para se iniciar
um novo ciclo de produçãoconsumo-descarte.
Qualquer cidadão pode auxiliar no
processo de reciclagem.
O Princípio dos 5 R’s
A política dos 5R´s tem sido abordada em projetos
de Educação Ambiental (EA) que trabalham a
questão dos resíduos sólidos como tema gerador. Em relação à política dos 3R´s, amplamente
difundida e anterior a essa última, a política dos
5R’s apresenta a vantagem de permitir aos administradores uma reflexão crítica do consumismo,
ao invés de focar na reciclagem.
Segundo o Manual de Educação para o Consumo Sustentável, “a reciclagem é uma das alternativas de tratamento de resíduos sólidos mais vantajosas, tanto do ponto de vista ambiental como do
social. Ela reduz o consumo de recursos naturais,
poupa energia e água e ainda diminui o volume
de lixo e a poluição. Além disso, quando há um
sistema de coleta seletiva bem estruturado, a reciclagem pode ser uma atividade econômica rentá-
vel. Pode gerar emprego e renda para as famílias
de catadores de materiais recicláveis, que devem
ser os parceiros prioritários na coleta seletiva”.41
Ainda segundo esse Manual, a
reciclagem começa com a coleta
seletiva, que é a separação e o
recolhimento, desde a origem dos
resíduos sólidos potencialmente
recicláveis. Para tanto, é preciso a
parceria entre governos, empresas
e sociedade civil, para se “desenvolver políticas adequadas e desfazer preconceitos em torno dos
aspectos econômicos e da confiabilidade dos produtos reciclados”.
Padrão de cores
A coleta é efetuada por diferentes
tipologias dos resíduos sólidos,
segundo a Resolução CONAMA
nº275 de 25 de abril de 2001, que
estabelece o código de cores para
os diferentes tipos de resíduos, a
ser adotado na identificação de
coletores e transportadores, bem
como nas campanhas informativas
para a coleta seletiva.
AZUL:
papel/papelão;
VERMELHO:
plástico;
VERDE:
vidro;
AMARELO:
metal;
PRETO:
madeira;
LARANJA:
resíduos perigosos;
BRANCO:
resíduos ambulatoriais
e de serviços de saúde;
ROXO:
resíduos radioativos;
MARROM:
resíduos orgânicos;
CINZA:
resíduo geral
não reciclável
ou misturado,
ou contaminado
não passível de
separação.
Código de cores42
O Decreto nº 5.940/06, publicado em 26 de outubro de 2006, instituiu a separação dos resíduos
recicláveis descartados pelos órgãos e entidades
da administração pública federal direta e indireta na
fonte geradora e sua destinação às associações e
cooperativas de catadores de materiais recicláveis
e constituiu a Comissão da Coleta Seletiva Solidá-
ria, criada no âmbito de cada órgão e entidade da
administração pública federal direta e indireta com
o objetivo de implantar e supervisionar a separa-
ção dos resíduos recicláveis descartados na fonte
geradora e a sua destinação às associações e cooperativas dos catadores de materiais recicláveis.
A implementação do Decreto nº 5.940/06, somada às ações da Agenda da Administração
Pública Federal, constitui-se numa estratégia que
busca a construção de uma nova cultura institucional para um novo modelo de gestão dos
resíduos no âmbito da administração pública federal direta e indireta. Saiba mais sobre a Coleta
Seletiva Solidária na página 54.
A coleta seletiva é também uma maneira de
sensibilizar as pessoas para questão do tratamento dispensado aos resíduos sólidos produzidos
no dia-a-dia, quer seja nos ambientes públicos
quanto nos privados. Exemplo disso é a campanha
nacional “SACO É UM SACO” de conscientização
do consumidor, promovida pelo Ministério do Meio
Ambiente, com vistas a alertar para a importância
de reduzir o consumo de sacolas plásticas, utilizando alternativas para o transporte das compras
e acondicionamento de lixo, e recusando sacos e
sacolinhas sempre que possível. 43
A administração pública deve buscar permanentemente uma melhor Qualidade de Vida no Trabalho
promovendo ações para o desenvolvimento pessoal e
profissional de seus servidores. Para tanto, as institui-
ções públicas devem desenvolver e implantar programas específicos que envolvam o grau de satisfação da
pessoa com o ambiente de trabalho, melhoramento
das condições ambientais gerais, promoção da saúde
e segurança, integração social e desenvolvimento das
capacidades humanas, entre outros fatores.
Tal qualidade de vida visa facilitar e satisfazer
as necessidades do trabalhador ao desenvolver
suas atividades na organização tendo como ideia
básica o fato de que as pessoas são mais produtivas quanto mais satisfeitas e envolvidas com
o próprio trabalho. Portanto, a ideia principal é a
conciliação dos interesses dos indivíduos e das
organizações, ou seja, ao melhorar a satisfação
do trabalhador dentro de seu contexto laboral,
melhora-se consequentemente a produtividade.
Também faz-se necessário avaliar, de forma sistemática, a satisfação dos servidores, pois, nesse
processo de autoconhecimento, as sondagens de
opinião interna são uma importante ferramenta
para detectar a percepção dos funcionários sobre
os fatores intervenientes na qualidade de vida e
na organização do trabalho.
Entre os muitos fatores que implicam a melhoria
na qualidade de vida no trabalho, segue abaixo
algumas ações que podem ser implantadas:
3 Qualidade de Vida no Ambiente de Trabalho
A qualidade de vida no ambiente de trabalho visa facilitar e satisfazer
as necessidades do trabalhador ao desenvolver suas atividades na
organização através de ações para o desenvolvimento pessoal e profissional.
Uso e desenvolvimento de capacidades
Aproveitamento das habilidades;
Autonomia na atividade desenvolvida;
Percepção do significado do trabalho.
Integração social e interna
Ausência de preconceitos;
Criação de áreas comuns para
integração dos servidores;
Promoção dos relacionamentos interpessoais;
Senso comunitário.
Respeito à legislação
Liberdade de expressão;
Privacidade pessoal;
Tratamento imparcial.
Condições de segurança e saúde no trabalho
Acesso para portadores de deficiência física;
Comissão Interna de Prevenção de Acidentes – CIPA;
Controle da jornada de trabalho;
Ergonomia: equipamentos e mobiliário;
Ginástica laboral e outras atividades;
Grupos de apoio anti-tabagismo,
alcoolismo, drogas e neuroses diversas;
Orientação nutricional;
Salubridade dos ambientes;
Saúde Ocupacional.44
COMO MELHORAR sEU
AMBIENTE DE TRABALHO
1. Relações interpessoais
Buscar o equilíbrio das emoções
no ambiente de trabalho
possibilita bons relacionamentos,
proporcionando suporte essencial
às atividades de equipe.
2. Integração e movimento se combinam
A ginástica no trabalho ajuda a
prevenir doenças características da
atividade exercida e proporciona maior
disposição, integra as pessoas, traz
felicidade e bem estar; as oficinas de
talento, criatividade e sensibilização
(dinâmicas de grupo) complementam
as necessidades de desenvolvimento
do potencial de cada um, por meio
da expressão e arte, favorecendo o
melhor entendimento entre colegas.
3. Um toque pessoal na decoração
do seu local de trabalho
É saudável que cada servidor
público tenha seu local de trabalho
organizado, imprimindo um toque
pessoal na decoração de sua mesa,
e, quando possível, da própria sala.
São pequenas atitudes que podem
fazer a diferença em sua identificação
com o ambiente profissional.
Fique por dentro !
Resolução CONAMA nº 2,
de 8 de março de 1990, que
institui, em caráter nacional, o
Programa Nacional de Educação
e Controle de Poluição SonoraSilêncio, para o monitoramento
das questões de poluição sonora.
Consulte o manual de normas de
construção e adaptação de acessos
e espaços específicos da ABNT.
Informações sobre os direitos
dos portadores de deficiência,
que podem ser adquiridas na
Coordenadoria Nacional para
Integração da Pessoa Portadora
de Deficiência – CORDE:
http://www.corde.gov.br.
Decreto federal nº 1.171,
de 22 de junho de 1994 que
dispõe sobre o código de ética
do servidor público.45
As mudanças de hábitos, comportamento e padrões de consumo de todos os servidores impacta
diretamente na preservação dos recursos naturais.
A maioria das pessoas não têm consciência dos
impactos que produzem sobre o meio ambiente,
tanto negativos quanto positivos, em decorrência
de suas atividades rotineiras. Para contornar esse
problema a A3P apóia as ações de sensibilização
e conscientização dos servidores com o intuito de
explanar a importância da adoção de uma postura
socioambientalmente responsável.
Conscientizar os gestores e servidores públicos
quanto à responsabilidade socioambiental é um
grande desafio para a implantação da A3P e ao
mesmo tempo fundamental para o seu sucesso.
As mudanças de hábito, comportamento e padrões de consumo de todos os servidores impacta
diretamente na preservação dos recursos naturais.
Para que essas mudanças sejam possíveis é necessário o engajamento individual e coletivo, pois
apenas dessa forma será possível a criação de
uma nova cultura institucional de sustentabilidade
das atividades do setor público, sejam essas relacionadas à área meio ou à área finalística.
O processo de sensibilização dos servidores
envolve a realização de campanhas que busquem
chamar a atenção para temas socioambientais
relevantes, esclarecendo a importância da ado-
ção de medidas socioambientais e os impactos
positivos da adoção dessas medidas para a sociedade. As campanhas podem ser realizadas
de modo presencial através de palestras, minicursos, fóruns, apresentações teatrais ou ainda
por meio da mídia seja ela digital ou impressa.
As campanhas têm que, além de sensibilizar os
servidores, proporcionar uma maior interatividade.
A sensibilização busca criar e consolidar a consciência cidadã da
responsabilidade socioambiental nos servidores. O processo de
capacitação contribui para o desenvolvimento de competências
institucionais e individuais fornecendo oportunidade para os servidores
desenvolverem atitudes para um melhor desempenho de suas atividades.
4 Sensibilização e Capacitação 46
Como estratégia de sensibilização recomenda-se:
• Criar formas interessantes de envolvimento
das pessoas em uma ação voltada
para o bem comum e para a melhoria
da qualidade de vida de todos;
• Orientar para a redução no consumo
e para as possibilidades de
reaproveitamento do material descartado
no local de trabalho e em casa;
• Incentivar o protagonismo e a
reflexão crítica dos servidores sobre
as questões socioambientais,
promovendo a mudança de atitudes
e hábitos de consumo da instituição.
A sensibilização deve ser acompanhada de iniciativas para capacitação dos servidores tendo em
vista tratar-se de um instrumento essencial para
construção de uma nova cultura de gerenciamento
dos recursos públicos, provendo orientação, informação e qualificação aos gestores públicos e
permitindo um melhor desempenho das atividades
implantadas. A formação dos gestores pode ser
considerada como uma das condicionantes para
efetividade da ação de gestão socioambiental no
âmbito da administração pública.
A capacitação é uma ação que contribui para
o desenvolvimento de competências institucionais e individuais nas questões relativas à gestão socioambiental e, ao mesmo tempo, fornece
aos servidores oportunidade para desenvolver
habilidades e atitudes para um melhor desempenho das suas atividades, valorizando aqueles
que participam de iniciativas inovadoras e que
buscam a sustentabilidade. Os processos de
capacitação promovem ainda um acesso democrático a informações, novas tecnologias e troca
de experiências, contribuindo para a formação
de redes no setor público.
Dessa forma, é importante os órgãos desenvolverem um Plano de Capacitação que, além de promover o desenvolvimento das competências individuais, deve capacitar os servidores para trabalharem
como multiplicadores. A formação de multiplicadores é fundamental principalmente para os órgãos
que possuem várias filiais. Esses multiplicadores
têm como papel principal levar o conhecimento,
trocar experiências e identificar oportunidades para
todas as áreas do órgão contribuindo assim para
a eficácia na implantação da A3P.
Programas e projetos de sensibilização e
capacitação são instrumentos essenciais para
construção de uma nova cultura de gerenciamento dos recursos públicos, provendo orientação, informação e qualificação aos gestores
públicos e permitindo um melhor desempenho
das atividades implantadas. A formação dos
gestores pode ser considerada como uma das
condicionantes para a efetividade da ação de
gestão socioambiental no âmbito da administração pública e deve ser estimulada.
A mobilização deve ser permanente e contínua,
pois a mudança de atitudes e hábitos depende da
reflexão sobre as questões ambientais e sociais e
do envolvimento e cada pessoa com a temática.47
Em todo o mundo, o poder de compra e contratação
do Governo tem um papel de destaque na orienta-
ção dos agentes econômicos quanto aos padrões
do sistema produtivo e do consumo de produtos
e serviços ambientalmente sustentáveis. No Brasil
estima-se que as compras governamentais movimentem cerca de 10% a 15% do PIB nacional.
A utilização de recursos públicos para aquisição de produtos ou contratação de serviços
gera impactos significativos na economia. Nesse contexto, o agente tomador de decisão deve
dispor de instrumentos que lhe permitam tomar
decisões fundamentadas nas melhores práticas
que envolvam não só os aspectos econômicos,
mas também os ambientais e sociais.
As compras e contratações públicas são feitas
por meio de um procedimento administrativo – as
licitações – visando selecionar a proposta mais
vantajosa ao interesse público: o melhor produto
pelo menor preço. A Lei 8.666/93 que regulamente
as licitações, embora leve em consideração o
impacto ambiental do projeto básico de obras e
serviços, não se refere ao fator ambiental com rela-
ção a compras. Assim, as exigências de produtos
que contemplem o conceito de sustentabilidade
ambiental é possível na discriminação do produto
a ser adquirido, porém não é regulamentada nem
obrigatória, o que seria um importante passo em
direção às licitações sustentáveis.
As denominadas licitações sustentáveis são
aquelas que levam em consideração a sustentabilidade ambiental, social e econômica dos produtos
e processos a ela relativos. Licitações que levem
à aquisição de produtos e serviços sustentáveis
são importantes para a conservação do meio
ambiente, abrangendo a própria sociedade nele
inserida, como também apresentam no aspecto
econômico uma melhor relação custo/benefício
a médio ou longo prazo quando comparadas às
que se valem do critério de menor preço.
5 Licitações Sustentáveis
A administração pública deve promover a responsabilidade socioambiental
das suas compras. Licitações que levem à aquisição de produtos e serviços
sustentáveis são importantes não só para a conservação do meio ambiente mas
também apresentam uma melhor relação custo/benefício a médio ou longo prazo
quando comparadas às que se valem do critério de menor preço.48
Fique por dentro !
O Decreto nº 5.450, de 2005, regulamenta o
pregão, na forma eletrônica, para aquisição de
bens e serviços comuns. A modalidade licitatória
do pregão, realizado por meio eletrônico apresenta
vários benefícios, como a redução no tempo
administrativo e nas despesas, com procedimentos
mais simplificados e eficientes, além da maior
transparência, pois é realizado via web.
Compras públicas sustentáveis
Compras sustentáveis consistem naquelas em
que se tomam atitudes para que o uso dos recursos materiais seja o mais eficiente possível. Isso
envolve integrar os aspectos ambientais em todos
os estágios do processo de compra, de evitar
compras desnecessárias a identificar produtos
mais sustentáveis que cumpram as especifica-
ções de uso requeridas. Logo, não se trata de
priorizar produtos apenas devido a seu aspecto
ambiental, mas sim considerar seriamente tal aspecto juntamente com os tradicionais critérios de
especificações técnicas e preço.
Em muitos países, como o Canadá, Estados
Unidos, Japão e países da União Européia, as
iniciativas de compras sustentáveis foram introduzidas inicialmente como programas de adoção
de boas práticas ambientais, entre elas o acesso
às informações sobre produtos e serviços sustentáveis, mecanismos legais para garantir a preferência aos produtos sustentáveis e a capacitação
dos agentes públicos.
O Estado precisa incentivar o mercado nacional
a ajustar-se à nova realidade da sustentabilidade,
permitindo às instituições públicas assumir a liderança pelo exemplo.
Nesse sentido, o governo federal regulamentou
a utilização de critérios sustentáveis na aquisição
de bens e na contratação de obras e serviços,
através da Instrução Normativa Nº1 de 19/01/10.
As regras abrangem os processos de extração ou
fabricação, utilização e o descarte de produtos e
matérias-primas. A IN abrange os órgãos da Administração Federal Direta, Autarquias e Fundações.
Obras Públicas
As obras públicas devem ser elaboradas visando
a economia da manutenção e operacionalização
da edificação, redução do consumo de energia e
água, bem como a utilização de tecnologias e materiais que reduzam o impacto ambiental, tais como:
• uso de equipamentos de climatização
mecânica, ou de novas tecnologias
de resfriamento do ar, que utilizem
energia elétrica, apenas nos ambientes
aonde for indispensável;
• automação da iluminação do prédio,
projeto de iluminação, interruptores,
iluminação ambiental, iluminação tarefa,
uso de sensores de presença;49
• uso exclusivo de lâmpadas fluorescentes
compactas ou tubulares de alto
rendimento e de luminárias eficientes;
• energia solar, ou outra energia limpa
para aquecimento de água;
• sistema de medição individualizado
de consumo de água e energia;
• sistema de reuso de água e de
tratamento de efluentes gerados;
• aproveitamento da água da chuva,
agregando ao sistema hidráulico elementos
que possibilitem a captação, transporte,
armazenamento e seu aproveitamento;
• utilização de materiais que sejam reciclados,
reutilizados e biodegradáveis, e que
reduzam a necessidade de manutenção; e
• comprovação da origem da madeira a ser
utilizada na execução da obra ou serviço.
Aquisição dos Bens
O governo federal poderá exigir os seguintes critérios de sustentabilidade na aquisição dos bens:
• que os bens sejam constituídos, no
todo ou em parte, por material reciclado,
atóxico, biodegradável, conforme
ABNT NBR - 15448-1 e 15448-2;
• que sejam observados os requisitos
ambientais para a obtenção de
certificação do Instituto Nacional de
Metrologia, Normalização e Qualidade
Industrial - INMETRO como produtos
sustentáveis ou de menor impacto
ambiental em relação aos seus similares;
• que os bens devam ser, preferencialmente,
acondicionados em embalagem individual
adequada, com o menor volume possível,
que utilize materiais recicláveis, de forma
a garantir a máxima proteção durante
o transporte e o armazenamento; e
• que os bens não contenham substâncias
perigosas em concentração acima da
recomendada na diretiva RoHS (Restriction
of Certain Hazardous Substances),
tais como mercúrio (Hg), chumbo (Pb),
cromo hexavalente (Cr(VI)), cádmio
(Cd), bifenil-polibromados (PBBs),
éteres difenil-polibromados (PBDEs).
Contratação de Serviços
As regras da Instrução Normativa para a contratação de serviços exige das empresas contratadas as seguintes práticas de sustentabilidade
na execução dos serviços:
• use produtos de limpeza e conservação
de superfícies e objetos inanimados
que obedeçam às classificações e
especificações determinadas pela ANVISA;
• adote medidas para evitar o desperdício
de água tratada, conforme instituído no
Decreto nº 48.138, de 8 de outubro de 2003;50
• observe a Resolução CONAMA nº 20,
de 7 de dezembro de 1994, quanto
aos equipamentos de limpeza que
gerem ruído no seu funcionamento;
• forneça aos empregados os equipamentos
de segurança que se fizerem necessários,
para a execução de serviços;
• realize um programa interno de
treinamento de seus empregados,
nos três primeiros meses de execução
contratual, para redução de consumo
de energia elétrica, de consumo
de água e redução de produção
de resíduos sólidos, observadas
as normas ambientais vigentes;
• realize a separação dos resíduos
recicláveis descartados pelos órgãos
e entidades da Administração Pública
Federal direta, autárquica e fundacional,
na fonte geradora, e a sua destinação
às associações e cooperativas dos
catadores de materiais recicláveis, que
será procedida pela coleta seletiva do
papel para reciclagem, quando couber,
nos termos da IN/MARE nº 6, de 3 de
novembro de 1995 e do Decreto nº
5.940, de 25 de outubro de 2006;
• respeite as Normas Brasileiras - NBR
publicadas pela Associação Brasileira de
Normas Técnicas sobre resíduos sólidos; e
• preveja a destinação ambiental adequada
das pilhas e baterias usadas ou inservíveis,
segundo disposto na Resolução CONAMA
nº 257, de 30 de junho de 1999.
Portal Comprasnet
O Ministério do Planejamento Orçamento e Gestão disponibilizará um espaço específico no Portal
Comprasnet para realizar a divulgação das listas
dos bens, serviços e obras que tenham requisitos
de sustentabilidade ambiental, exemplos de boas
práticas adotadas nessa área, ações de capacitação, bem como um banco com editais de aquisições sustentáveis já realizadas pelo governo.
acesse: www.comprasnet.gov.br

RESPONSABILIDADE SOCIOAMBIENTAL E GESTÃO DE CONFLITOS SOCIOAMBIENTAIS 1 Conceitos, objetivos e eixos temáticos da Agenda Ambiental na Administração Pública – A3P. 2 Conceito e princípios. 3 Cap. 1: cidadania e consumo sustentável. 4 Mediação de conflitos socioambientais. E

RESPONSABILIDADE SOCIOAMBIENTAL E GESTÃO DE CONFLITOS SOCIOAMBIENTAIS  
1 Conceitos, objetivos e eixos temáticos da Agenda Ambiental na Administração Pública – A3P. 
2 Conceito e princípios.
 3 Cap. 1: cidadania e consumo sustentável. 4 Mediação de conflitos socioambientais. 

O QUE É A3P


A Agenda Ambiental na Administração Pública – A3P - é um programa que visa implementar a gestão socioambiental sustentável das atividades administrativas e operacionais do Governo. A A3P tem como princípios a inserção dos critérios ambientais; que vão desde uma mudança nos investimentos, compras e contratação de serviços pelo governo; até uma gestão adequada dos resíduos gerados e dos recursos naturais utilizados tendo como principal objetivo a melhoria na qualidade de vida no ambiente de trabalho.


A A3P é uma decisão voluntária respondendo à compreensão de que o Governo Federal possui um papel estratégico na revisão dos padrões de produção e consumo e na adoção de novos referenciais em busca da sustentabilidade socioambiental. O programa tem como diretriz a sensibilização dos gestores públicos para as questões socioambientais, estimulando-os a a incorporar princípios e critérios de gestão ambiental nas atividades administrativas, por meio da adoção de ações que promovam o uso racional dos recursos naturais e dos bens públicos, o manejo adequado e a diminuição do volume de resíduos gerados, ações de licitação sustentável/compras verdes e ainda ao processo de formação continuada dos servidores públicos.


A Agenda se fundamenta nas recomendações do Capítulo IV da Agenda 21 que indica aos países o “estabelecimento de programas voltados ao exame dos padrões insustentáveis de produção e consumo e o desenvolvimento de políticas e estratégias nacionais de estímulo a mudanças nos padrões insustentáveis de consumo”; no Princípio 8 da Declaração do Rio/92 que afirma que “os Estados devem reduzir e eliminar padrões insustentáveis de produção e consumo e promover políticas demográficas adequadas”; e ainda na Declaração de Johannesburgo que institui a "adoção do consumo sustentável como princípio basilar do desenvolvimento sustentável".


A A3P é um convite ao engajamento individual e coletivo para a mudança de hábitos e a difusão da ação. Nesse sentido, convidamos você a repensar a sua atuação pessoal e profissional, visando à construção de uma nova cultura institucional.

XXXXXXXXX
Principais Temas Relacionados aos eixos  Temáticos da A3P52Principais Temas Relacionados aos Eixos Temáticos da A3PColeta Seletiva Solidária O governo federal instituiu a Coleta Seletiva Solidária para contribuir para o acesso à cidadania , à oportunidade de renda e à inclusão social dos catadores de materiais recicláveis.A Coleta Seletiva Solidária é uma estratégia que busca a construção de uma cultura institucional para um novo modelo de gestão dos resíduos, no âmbito da administração pública federal, direta e indireta, somada aos princípios e ações da A3P. » Para saber mais sobre a Coleta Seletiva Solidária acesse:  www.coletasolidaria.gov.br1.Coleta Seletiva e Reciclagem Em várias instituições públicas, o processo de implantação da A3P tem se iniciado com a coleta seletiva e é decorrente, em grande medida, da edição do Decreto nº 5.940 de 25 de outubro de 2006, que instituiu a separação dos resíduos recicláveis descartados pelos órgãos e institui-ções da administração pública federal direta e indireta na fonte geradora e a sua destinação às associações e cooperativas dos catadores de materiais recicláveis. Uma grande parte dos resíduos gerados na administração pública pode ser destinada para a reciclagem, mas, para que isso seja possível, é imprescindível a implantação de um sistema de coleta seletiva eficiente. Nesse processo, a separação dos materiais recicláveis daqueles que não são, é a primeira preocupação a ser observada. O acondicionamento e a coleta, quando realizados sem a segregação dos resíduos na fonte, resultam na deterioração, parcial ou total, de várias das suas frações recicláveis. O papelão se desfaz com a umidade, tornando-se inaproveitável; o papel, assim como o plástico em filme (sacos e outras embalagens) se suja em contato com a matéria orgânica, perdendo valor; os recipientes de vidro e lata enchem-se com outros materiais, dificultando sua seleção e causando risco de acidentes aos tra-53A coleta seletiva é uma importante atividade na gestão dos resíduos sólidos.Trata-se do processo de seleção do lixo, que envolve duas etapas distintas: Separação do Lixo na Fonte (ou Segregação) e Coleta.Você sabia ? Que o lixo adequadamente manuseado pode produzir riquezas na forma de energia, produtos reciclados, com uma enorme economia no que se refere à extração de matéria-prima?balhadores da coleta de resíduos; também a mistura de determinados materiais, como pilhas, cacos, tampinhas e restos de equipamentos eletrônicos pode contribuir para o risco de acidentes e piorar significativamente a qualidade dos recicláveis. Essa seleção poderá ser classificada em três categorias: resíduos orgânicos e inorgânicos ou secos e úmidos ou recicláveis e não recicláveis. Materiais não recicláveis são aqueles compostos por matéria orgâ-nica e/ou que não possuam, atualmente, condições favoráveis para serem reciclados. É uma pré-seleção do material nos locais de origem: papel, papelão, plástico, vidro, metal, dentre outros. Isto requer sensibilização, conscientização e a participação de todos.Trata-se de recolhimento especial, que permite que os materiais pré-selecionados possam ser recuperados, separados e recebam uma destinação adequada, quer seja, reutilização, reciclagem, compostagem ou aterro sanitário. No caso de resíduos orgânicos, eles necessariamente passam por um processo de triagem antes de serem encaminhados para reciclagem.Portanto, a implantação da coleta seletiva deve prever a separação dos materiais na própria fonte geradora, evitando o surgimento desses inconvenientes. Para a implantação deste sistema, os resíduos gerados podem ser separados em dois grupos:• Materiais recicláveis:compostos por papel, papelão, vidro, metal e plástico, entre outros.• Materiais não recicláveis:também chamados de lixo úmido ou simplesmente lixo: compostos pela matéria orgânica e pelos materiais que não apresentam, atualmente, condições favoráveis à reciclagem.Para que a coleta seletiva seja eficaz tem que haver a garantia da correta destinação dos resí-duos para empresas que trabalham com reciclagem. Para introduzir um sistema de coleta seletiva é necessário o envolvimento de prefeituras, comunidades, catadores, carroceiros/sucateiros, entidades sociais e, principalmente, empresas privadas que atuem com coleta e reciclagem.54Vantagens da Coleta Seletiva Solidária   Diminui a exploração dos recursos naturais;           Diminui a poluição do solo, da água e do ar;           Reduz os resíduos encaminhados aos aterros sanitários;                                                                   Gera emprego e renda para os catadores de materiais recicláveis;                                                  Diminui os gastos com a limpeza pública;               Prolonga a vida útil dos aterros sanitários;Fortalece a organização dos catadores e melhora suas condições de trabalho.  Triagem de Resíduos SólidosOs resíduos sólidos separados podem ser prensados em fardos ou não, no local de origem, recolhidos e repassados para associações, cooperativas e/ou empresas, que se encarregarão de vendê-los para outras empresas que trabalham com reciclagem.Os diversos tipos de papéis usados e separados em coleta seletiva denominam-se aparas e são prensados em fardos. Quanto mais limpa e selecionada for a apara, maior será seu valor comercial.Exemplificação dos Resíduos• Resíduos líquidos ou efluentes: rejeitos industriais, águas utilizadas (servidas) e chorumes.• Resíduos orgânicos: restos de alimentos, galhos e folhas, papel higiênico• Resíduos inorgânicos: plásticos, papéis, vidros e metais.• Resíduos secos: plásticos, papéis, vidros, metais, embalagens “longa vida”.• Resíduos úmidos: restos de alimentos, cascas de frutas, podas de jardim.• Outros Resíduos (rejeitos): todos aqueles que não se enquadram nas outras classificações.55Copos descartáveis, sacolas e sacos plásticos, CDs, disquetes, embalagens plásticas, embalagens tipo PET, canos e tubos plásticos em geral.Jornais e revistas, caixas em geral, aparas de papel, fotocópias, envelopes, cartazes velhos, papel de fax, embalagens tipo longa vida.Tampinha de garrafa, latas de óleo, leite em pó e conservas latas de refrigerarante, alumínio, embalagens metálicas de congelados.Recipientes e frascos em geral, garrafas de bebidas, copos, potes de produtos alimentícios, cacos.Restos de comida, papel higiênico, lenços de papel, guardanapos, absorventes.Não RecicláveisRecicláveisPlástico Papéis Metal Vidro OrgânicoEtiquetas adesivas; papel carbono e celofane; fita crepe; papéis sanitários; papéis molhados ou papéis sujos de gordura; papéis metalizados; parafinados ou plastificados (embalagens de biscoito, por exemplo); guardanapos usados; bitucas de cigarro; fotografias; acrílicos; clips; grampos; esponjas de aço; tachinhas; pregos; espelhos; vidros planos e cristais; cerâmicas e porcelanas; tubos de TVs e computadores; lâmpadas fluorescentes.DESCARTE CORRETAMENTE O RESíDUO56Principais etapas para implementação da Coleta SeletivaO Ministério de Desenvolvimento Social e Combate à Fome desenvolveu uma cartilha que versa sobre a implantação da Coleta Seletiva Solidária, Decreto 5.940/06, nos órgãos públicos federais. Para facilitar a implantação da coleta pelos diferentes órgãos e instituições, sejam eles das esferas federais, estaduais e municipais, elencamos as etapas do guia abaixo.Segundo a cartilha, para implementar a coleta, primeiramente os órgãos e instituições devem formar uma Comissão da Coleta Seletiva. Esta comissão deve ser formada por servidores que se interessem pelo tema e deve ter a participação das diversas áreas e setores do órgão. A comissão é responsável pelo planejamento da implantação e monitoramento da Coleta Seletiva e também pela interlocução com a organização de catadores. Após formada a Comissão esta deverá realizar um levantamento de dados sobre a situação da gestão dos resíduos no local de trabalho, buscando conhecer todos os tipos e quantidades de resíduos gerados. Além das quantidades e tipos, o diagnóstico deve identificar os locais dos equipamentos geradores de resíduos utilizados (máquinas fotocopiadoras, impressoras, etc.), a logística interna de recolhimento pelos empregados dos serviços gerais, ou seja, como e onde o lixo é acondicionado e recolhido e se há algum sistema de recolhimento e destinação de recicláveis já implantado.Também é importante identificar o volume e recursos gastos na compra de materiais de consumo, tais como: papéis brancos, sacos plásticos, copos descartáveis, cartuchos de impressoras, lâmpadas, CD, disquetes e outros, a fim de avaliar o comprometimento ambiental dos fabricantes e possibilidades de redução na compra após a implantação do programa.A comissão deve identificar ainda quais cooperativas ou associações têm interesse e capacidade de coletar os materiais selecionados. O contato com as organizações de catadores ajuda a identificar os tipos de materiais reciclá-veis que poderão ser absorvidos pelo mercado local. No caso dos órgãos federais abrangidos pelo Decreto 5.940/06 o diagnóstico deve incluir a identificação das cooperativas ou associações de catadores que atendem aos critérios do previstos no decreto. 57As cooperativas e associações selecionadas devem:• Estar formal e exclusivamente constituída por catadores de materiais recicláveis que tenham a catação como forma única de renda;• Não possuir fins lucrativos;• Possuir infra-estrutura para realizar a triagem e a classificação dos resíduos recicláveis descartados; e• Possuir sistema de rateio entre os associados e cooperados.Alguns órgãos e instituições, entretanto, podem encontrar dificuldades por não haver em suas cidades cooperativa ou associação de catadores. Nesses casos recomendamos que haja um engajamento do poder público para financiar, tanto tecnicamente quanto financeiramente, os catadores autônomos para que estes formem cooperativas capazes de recolher os resíduos gerados. Outra alternativa é a associação com outros órgãos públicos e privados para enviar os resíduos gerados para alguma cidade próxima que possua um centro de triagem.Depois de realizado o levantamento de dados deve ser definida a logística da coleta seletivaa ser implantada no órgão, ou seja, planejar a sua operacionalização. Na operacionalização deve-se considerar os dados levantados como os locais disponíveis para armazenamento, os recursos disponíveis para aquisição de coletores de recicláveis e contêineres, a capacidade de coleta das cooperativas e também os tipos de materiais negociados no mercado local, e definir quais serão os materiais a serem separados.A logística da coleta inclui ainda:• Estabelecer o fluxo, forma e frequência de recolhimento interno dos materiais recicláveis;• Prever a forma e local de armazenamento do material reciclável até que seja coletado;• Definir locais para a disposição de coletores para recolhimento de materiais, como por exemplo, mesas de trabalho, ilhas de impressão, máquinas fotocopiadoras, recepção e copa, e demais locais geradores de materiais recicláveis e fluxo de pessoas;• Estabelecer tarefas específicas e rotinas necessárias nas diversas etapas da operacionalização do projeto – recolhimento interno, armazenamento, pesagem, controle, entrega dos materiais e coleta dos recicláveis.A comissão deve elaborar um cronograma de implantação e providenciar os equipamentos e materiais necessários para operacionalizar a coleta seletiva: sacos plásticos ou coletores em cores diferenciadas, cestas/caixas de coleta de papel, coletores de copos descartáveis; fragmentadora de papéis sigilosos e balança para a pesagem do material, dentre outros. 58Você sabia ? Uma enorme quantidade de catadores, inclusive crianças, ainda participa das ações de coleta nos lixões à céu aberto? Evitar essa exclusão social é ação decisiva para o resgate da cidadania.Quanto mais desenvolvida a sociedade, mais resíduos sólidos por habitante são por ela produzidos?A média de resíduos produzidos pelos suíços chega a 1,7 kg/dia/habitante, Em cidades como São Paulo e Rio de Janeiro, a média diária chega a superar 1 kg/dia/habitante.O lixo adequadamente manuseado pode produzir riquezas na forma de energia, produtos reciclados, com uma enorme economia no que se refere à extração de matéria-prima.No Brasil apenas 2% do lixo é reciclado enquanto que nos EUA e na união Européia a reciclagem chega a 40% do total descartado.Outra atividade importante que deve ser realizada no momento da efetiva implantação da coleta, que ocorre com a distribuição de coletores e contêineres é a sensibilização dos servidores. Portanto, o planejamento deve ser cuidadoso, prevendo materiais educativos e de comunicação para os servidores, além de atividades educativas tais como: mostras de vídeo, depoimentos de catadores e de funcionários de outros órgãos com experiência na coleta seletiva, visitas a cooperativas de catadores e aterros sanitários, concursos culturais e palestras sobre o tema.Após a implementação devem ser feitas vistorias e avaliações periódicas para verificação do cumprimento das rotinas estabelecidas para a seleção, coleta e destinação dos materiais, observando os procedimentos requeridos para garantir o sigilo dos documentos e também verificando eventuais focos de desperdícios.É necessário também elaborar instrumentos de controle e registro de pesagem do material coletado. Esse instrumento pode ser uma planilha ou formulário simples, contendo a data, as quantidades de recicláveis em kg e o responsável pelo registro das informações.A comissão deve se reunir mensalmente para realizar a avaliação da coleta identificando os facilitadores e dificultadores do processo, a fim de reformular as estratégias e redirecionamento das ações quando necessário.59CuriosidadeA AD consiste em um direito de suprimir parte da vegetação de uma propriedade por qualquer motivo. A porcentagem da área do terreno passível de desmate é regulamentada em lei e depende da região onde o terreno se localiza, sendo que, na Amazônia Legal, esse valor é de 20% de acordo com a Medida Provisória 2.166-65/2001. A madeira proveniente da AD é legal, porém não é resultado de um manejo florestal, visto que a área da qual ela foi retirada é utilizada para outro fim.O PMFS consiste num plano de aplicação do manejo florestal sustentável em uma determinada propriedade. A aprovação do PMFS é a garantia de que a madeira da área não será explorada de forma predatória, e sim de um modo que garanta sua disponibilidade para as futuras gerações.2. Consumo da madeira O Brasil é um dos maiores produtores e o maior consumidor mundial de madeiras tropicais. Setores estratégicos da economia brasileira, como a siderurgia, a indústria de papéis e embalagens e a construção civil são altamente dependentes do setor florestal. Nos últimos anos, observou-se um grande aumento na demanda por madeira que não tem sido acompanhado por um aumento sensível do reflorestamento. A madeira é empregada de diversas formas nas atividades humanas desde matéria prima para utensílios até estruturas de construções. A administração pública também é grande consumidora desse recurso principalmente na forma de mobiliário e divisórias de escritórios.A madeira é o material que apresenta maior sustentabilidade em sua produção. Por ser um recurso natural renovável, a madeira é totalmente assimilável pelo ambiente e possui um vantajoso e significativo potencial sócio-econômico. No entanto, essa sustentabilidade depende profundamente de um manejo adequado das florestas produtoras que garanta sua exploração ordenada. Portanto, embora haja impactos importantes gerados pela cadeia produtiva da madeira, estes podem ser minimizados de modo que esse recurso seja utilizado de maneira sustentável, sendo necessário, para isso, que sua origem seja de áreas de manejo adequado, o que deve ser uma exigência real de seus consumidores.Além de desempenhar seu papel ambiental, as florestas podem e devem ser utilizadas como fonte de renda. O desenvolvimento das técnicas de extrativismo e o aumento do conhecimento e da oferta de novos produtos florestais permitem uma maior valorização das florestas e, assim, um maior potencial econômico e social de seu manejo sustentável.Todavia, apesar desse potencial inexplorado, os gestores públicos ainda não perceberam que eles podem contribuir para a sustentabilidade do manejo florestal. A administração pública pode exercer influência em prol do manejo florestal sustentável exigindo que a madeira comprada por si tenha origem legal. A madeira em tora explorada em florestas naturais na Amazônia pode ser legalmente adquirida por meio de duas fontes: Autorizações de Desmatamento (AD) e Planos de Manejo Florestal Sustentável (PMFS) (LENTINI et al. 2005).60Dica Já existem publicações referentes ao uso de madeiras menos nobres para o uso. Um exemplo é o livro “Espécies de Madeiras Substitutas do Mogno” de Júlio Eustáquio de Melo publicado pelo MMA.Para mais informações acesse o site: www.mma.gov.br/sfbVocê sabia ? Que uma tonelada de papel requer o corte de 40 árvores?  Os papéis mais comumente utilizados são feitos à base de celulose extraída de Eucaliptuse Pinus. Do Eucaliptus vem o papel para escrever e fazer cópias; do Pinus, os papelões para embalagem.A administração pública pode estimular a ado-ção de práticas florestais benéficas por meio das compras sustentáveis, promovendo o manejo florestal correto e o uso mais eficiente e responsável da madeira. O exemplo do governo é um importante indutor para a mudança de atitude dos outros setores da sociedade e é uma importante ferramenta para iniciar a implantação dessa ação tão urgente que é o manejo sustentável das florestas.3. O papel nosso de cada diaDentre os subprodutos da madeira um merece atenção especial: o papel. Nas atividades desenvolvidas na administração pública o papel é um dos principais recursos naturais consumidos. O papel A4 - 75 g/m2 ocupa posição de destaque quanto ao uso nas ações rotineiras. Entretanto, também fazem parte do uso diário das instituições públicas os envelopes, cartões de visita, agendas, papéis de recado, entre outros, todos envolvendo grandes quantidades de papel. Os problemas ambientais relacionados à produ-ção e consumo de papéis são de grande escala, estando os principais impactos relacionados ao alto consumo de matéria prima – especialmente madeira, água e energia. Além de usar intensivamente recursos florestais, o processo de produção 61do papel demanda grandes quantidades de água e gera altos volumes de efluentes líquidos, resíduos sólidos e emissões atmosféricas. O processo de produção de papel engloba o seu branqueamento cujas técnicas mais usadas pela indústria nacional são o branqueamento a cloro ou peróxido de hidrogênio. O branqueamento por cloro é mais nocivo ao meio ambiente.  Entretanto as indústrias vem desenvolvendo o processo de branqueamento livre de cloro essencial, cuja nocividade é menor. O processo utilizando o peróxido de hidrogênio ainda não é comum no Brasil, mas, por ser totalmente livre de cloro, é o melhor no respeito ao meio ambiente.muito menores do que as da produção tradicional e lança no ambiente volumes menores de poluentes. Em adição ao menor consumo de recursos na produção, é importante salientar que com a reciclagem do papel há redução sensível do volume de resíduos destinados aos aterros sanitários, aumentando sua vida útil e facilitando a coleta de lixo. Além dos impactos ambientais do papel reciclado serem menores, seus impactos sociais podem ser muito mais benéficos devido à possível geração de emprego e renda se implantado um sistema de coleta seletiva que o supra. Vantagens da Redução do Consumo de PapelReduz o corte de árvoresReduz a utilização de água doce nos processos de produçãoReduz a energia usada no processo de fabricaçãoUm aspecto importante a ser ressaltado diz respeito às iniciativas do setor público para substituição e/ou redução do uso do papel. Os avanços nas tecnologias de informação, principalmente por meio do uso das tecnologias de desmaterialização de processos e documentos, têm possibilitado ao setor público a adoção de novas ferramentas mais eficientes. Atualmente com as tecnologias disponíveis é possível implantar processos informatizados e Uma opção menos nociva ao meio ambiente é o papel reciclado. Apesar de não ser necessariamente livre de cloro, utilizam matéria prima já usada, poupando matéria prima que vem diretamente da natureza evitando reiniciar o processo de uso do recurso natural. Embora ainda implique em consumo de água e energia, a produção do papel reciclado utiliza tais recursos em quantidade 62desmaterializados para grande parte dos procedimentos administrativos com o intuito de reduzir ou mesmo eliminar o uso do papel. Em alguns casos o processo poderá envolver a transferência, a transmissão de dados em rede ou a sua inserção em suportes como fita magnética, disquete, etc, visando a substituição da versão em papel por um equivalente eletrônico (fotografia digital do conteúdo ou conteúdo em formato digital). Vantagens da Reciclagem do PapelReduz a poluição do ar e dos rios, pois não implica na utilização de certos procedimentos químicos, que geram impactos ambientais para obtenção da pasta de celulose (lançamento de efluentes nos rios e partículas e odores no ar)possibilita a inserção social dos catadores e outras parcelas da população, bem como a geração de emprego e renda.A otimização do uso do papel também pode ser exercida por meio do reaproveitamento de papéis tornados inúteis para rascunhos, lembretes, anotações, entre outros usos e ainda por meio de impressões de frente e verso, que reduzem o uso de papel pela metade. Com medidas como essas, pode-se realizar o mesmo trabalho com uma utilização muito menor de papel, o que reduz os custos decorrentes de sua aquisição e os resíduos gerados.O poder de compra do poder público orienta os agentes econômicos quanto aos padrões do sistema produtivo de produtos ambientalmente sustentáveis e, por sua grande escala de consumo, pode incentivar o aumento da produção e tornar tais produtos economicamente acessíveis, ou seja, mais baratos.Recriando o uso do papelSempre que possível, use papéis que não utilizam cloro em seu processo de fabricação e, portanto, não são tão poluentes. Outra opção ambientalmente correta é a utilização de papéis reciclados.No mercado brasileiro já existem papéis 100% reciclados, diferentes e de excelente qualidade, produzidos em escala industrial. Tendo o poder de compra do poder público um papel de destaque na orientação dos agentes econômicos, quanto aos padrões do sistema produtivo e do consumo de produtos ambientalmente sustentáveis, este pode viabilizar a produção em larga escala.63Você sabia ? Cada tonelada de papel enviado para o processo de reciclagem deixa de ocupar uma área de aproximadamente 3 metros cúbicos nos aterros sanitários. A reciclagem de papel proporciona:» redução da poluição do ar em 74%;» redução da poluição da água em 35%;» redução do consumo de energia em 71%.É possível reciclar um papel com textura de boa qualidade até sete vezes.Vantagens da desmaterializaçãoMaior eficiência no processo de comunicaçãoSimplificação dos processosEconomia de recursos naturais e materiaisMaior facilidade no intercâmbio de informaçõesMaior facilidade para controle do processo (acompanhamento “on line”)646. Quando for imprimir confira sempre no monitor se não há nenhum erro;7. Use meio digital, tanto quanto possível, para gravação de cópias de ofícios e documentos para arquivos, gerando aumento de espaço nas repartições e gabinetes.8. Adote sistemas que facilitem a economia do papel ao imprimir documentos, tais como usá-lo em frente e verso, configurar duas páginas em uma folha e assim por diante.9. Reformate documentos para evitar espaços em branco e vias desnecessárias10.Produza papelaria genérica para eventos – crachás, pastas e blocos, sem indicar data e nome1. Utilize frente e verso das folhas, sempre que possível.2. Use os papéis que seriam jogados fora na confecção de blocos para anotações.3. Utilize e-mail para comunicação interna e externa.4. Ao ser enviado material pelo correio, procure saber se há possibilidade de serem encaminhados outros  em conjunto ou se pode o material ser encaminhado por outra forma (correio eletrônico).5. Verifique se é necessário, realmente, extrair cópias reprográficas ou imprimir material e, em caso positivo, preste atenção para não copiar ou imprimir material em excesso.PARA ECONOMIZAR PAPEL654. Eficiência energéticaA energia elétrica se tornou um dos bens de consumo fundamentais para as sociedades modernas. Ela é utilizada para gerar iluminação, movimentar máquinas e equipamentos, controlar a temperatura produzindo calor ou frio, agilizar as comunicações, etc. Da eletricidade dependem a produção, locomoção, eficiência, segurança, conforto e vários outros fatores associados à qualidade de vida. A contrapartida dos benefícios proporcionados pelo desenvolvimento tecnológico é o crescimento constante do consumo de energia. Para enfrentar o aumento da demanda no futuro é preciso encarar o uso da energia sob a ótica do consumo sustentável, ou seja, aquele que atende às necessidades da geração atual sem prejuízo para as gerações futuras. Isso significa eliminar desperdí-cios e buscar fontes alternativas mais eficientes e seguras para o homem e o meio ambiente.No Brasil já existem diferentes leis e programas voltados à promoção da eficiência energética, entre eles destacam-se:• Lei Nº 10.295 que versa sobre a eficiência energética dos equipamentos comercializados no país que devem atender aos índices mínimos de eficiência ou níveis máximos de consumo de energia definidos; • Decreto nº 4.131 que dispõe sobre medidas emergenciais de redução do consumo de energia elétrica no âmbito da Administração Pública Federal. • Programa Nacional de Conservação de Energia Elétrica (Procel) que tem como objetivo promover a racionalização da produção e do consumo de energia elétrica, para que se eliminem os desperdícios e se reduzam os custos e ainda os investimentos setoriais;• Programa Brasileiro de Etiquetagem (PEB) que efetua a certificação de equipamentos quanto ao consumo de energia  em parceria com o Procel.  A administração pública é grande consumidora de energia elétrica. Apesar da maioria das edificações públicas não terem sido projetadas de maneira sustentável de um modo geral elas apresentam oportunidades significativas de redução de custos no consumo de energia. A economia nos edifícios públicos pode se dar através de medidas como o gerenciamento das instalações, adoção de equipamentos tecnologicamente mais avançados e eficientes, alterações de algumas características arquitetô-nicas, utilização de técnicas modernas de projeto e construção, alterações dos hábitos dos usuários, entre outras. Essas oportunidades de redução devem ser identificadas em um estudo específico, com recomendação das ações a serem empreendidas e análise de viabilidade técnico-econômica.66Você sabia ? Atualmente, as edificações são responsáveis por 42% de toda a energia elétrica consumida, as quais se distribuem entre os setores residencial (23%), comercial (11%) e público (8%). No caso de prédios públicos, o condicionamento de ar é responsável por 48% desse consumo e a iluminação por 24%. Fique por dentro !O Procel possui um programa específico para a eficientização energética de prédios públicos. Confira as dicas no “Manual de Orientações Gerais para a Conservação de Energia em Prédios Públicos”. Para maiores informações acesse o site: http://www.eletrobras.com/elb/procel/main.asp677. Mantenha as paredes do ambiente de trabalho preferencialmente pintadas com cores claras. Não se esqueça que, por critério de padronização no serviço público, as paredes são pintadas na cor branca.8. Se estiver com sistema de ar condicionado ligado, mantenha portas e janelas fechadas para evitar a entrada de ar externo e otimizar o sistema. Não mexa, em hipótese alguma, nas grelhas de entrada e saída de ar sem a orientação de um técnico, isto pode comprometer o sistema e aumentar o consumo de energia.1. Dê preferência à iluminação natural, abrindo janelas, cortinas e persianas.2. Apague as lâmpadas de ambientes vazios ou quando deixar o ambiente de trabalho.3. Não deixe computadores e outros equipamentos elétricos ligados por muito tempo sem uso.4. Ao sair para o almoço, desligue, ao menos, o monitor do computador.5. Otimize o uso de elevadores. Se subir apenas um andar ou se for descer dois andares, use a escada.  Além de fazer exercício economiza-se energia elétrica.6. Evite o uso de tomadas em sobrecarga (fios de extensão e beijamins).PARA ECONOMIZAR ENERGIA68Você sabia ? O planeta Terra é composto de 70% de água e que o corpo humano também tem em sua composição 70% de líquidosA água existente no planeta está distribuída da seguinte forma:» 97% é salgada;» 3% é doce, dos quais:» 2% está congelada nas geleiras;» 1% está disponível em lagos, rios e camadas subterrâneas;» 13% de toda a água doce está concentrada no Brasil.5. A água e seus usos múltiplosA água é elemento essencial à vida e é básica para as atividades sociais e produtivas do ser humano: abastecimento público, geração de energia, agropecuária, recreação, transporte fluvial e marí-timo, indústria, aqüicultura, comércio e serviços, ou seja, a água é geradora de todos os sistemas necessários e formadores da sociedade.Porém, o aumento da demanda por água, somado ao crescimento das cidades, à impermeabilização dos solos, à degradação da capacidade produtiva dos mananciais, à contaminação das águas e ao desperdício estão conduzindo a um quadro preocupante em relação à sustentabilidade do abastecimento público.A Constituição Federal de 1988 define que “os bens componentes do meio ambiente, como a atmosfera, a água, o solo, os elementos da biosfera, a fauna e a flora, são bens ambientais”. Assim sendo, a água é um bem ambiental por ser um dos elementos formadores do meio ambiente e um bem de uso comum do povo69Visando a equidade na utilização dos corpos hídricos e a manutenção de sua qualidade, ações para o uso sustentável da água estão sendo difundidas no mundo inteiro. No âmbito da administração pública já foram documentados várias medidas adotadas para conter o desperdício no consumo de água. Entre essas medidas destacam-se o uso de aparelhos economizadores como por exemplo vasos sanitários com caixa acoplada, registro com sensor, acionamentos temporizados, vasos a vácuo, entre outros aparelhos. A adoção dessas medidas tem como intuito a maximização da eficiência do uso da água dentro dos edifícios que compõem a administração pública e podem ser facilmente adotadas seja em edifí-cios em construção como naqueles já construídos. Também podem ser adotadas medidas como a instalação de um sistema de reaproveitamento das águas pluviais e do sistema de reuso das águas cinzas. O reaproveitamento das águas pluviais compreende a coleta, filtragem e armazenamento das águas das chuvas que podem ser usadas em vários pontos como por exemplo o vaso sanitário, irrigação, lavanderia e na lavagem de automóveis e calçadas. O sistema de reuso das águas cinzas consiste na utilização da água provenientes das lavagens de roupas, chuveiro, ralos e pia do banheiro, que compõem o chamado esgoto secundário. Neste sistema o esgoto secundário é tratado em equipamento específico de modo a garantir a qualidade mínima requerida pelos padrões e normas sanitárias e é encaminhado para o reuso nos vasos sanitários, lavagens de pátio que não tenham contato humano como calçadas internas, playground, dormitórios, cozinhas e refeitórios, dando preferência para as lavagens de garagens e acesso de automóveis. Benefícios do reaproveitamento e reuso das águas Redução do consumo de água;Evita a utilização de água potável onde esta não é necessária;Os investimentos na construção dos reservatórios tem retorno em 2 anos e meio;Faz sentido ecológica e financeiramente não desperdiçar um recurso natural escasso em toda a cidade, e disponível em abundância no nosso telhado;Ajuda a conter as enchentes, represando parte da água que teria de ser drenada para galerias e rios;Encoraja a conservação de água, a autosuficiência e uma postura ativa perante os problemas ambientais da cidade;A instalação do sistema, que é modular, pode ser realizada tanto em obras em andamento como em construções finalizadas.70Dica O livro “Água: Manual de Uso” lista uma série de cuidados com a água na alimentação, na higiene pessoal da residência ou do local de trabalho.Fique por dentro !No Brasil, o gerenciamento das águas possui uma legislação moderna e abrangente, que busca estabelecer critérios de quantidade e qualidade, de forma democrática, para o desenvolvimento sustentável das comunidades menos abastadas e de todo o País. A administração pública tem papel fundamental na disseminação de informações sobre o correto uso da água e de práticas para conter seu desperdício. Conheça o Código das Águas, Decreto nº 24.643, de 10 de julho de 1934, e a Lei federal nº 9.433, de 8 de janeiro de 1997, que institui a Política Nacional de Recursos  Hídricos. Como parte da nova cultura de gestão da água, mudar hábitos cotidianos é responsabilidade de cada um. Medidas simples de serem adotadas no ambiente de trabalho que remetem à mudan-ça de postura devem ser estimuladas como, por exemplo, comunicar os responsáveis se houver vazamentos em torneiras, descargas e bebedouros; sugerir a adoção de equipamentos de alta pressão de água que permitam uma limpeza efetiva e com grande economia; ou ainda sugerir a colocação de adesivos com mensagens educativas, lembrando a todos, da necessidade do bom uso da água no ambiente de trabalho.715. Instale um sistema de reuso das águas cinzas que, após tratamento específico, podem ser reutilizadas nas instalações sanitárias, lavagens de garagens e automóveis e irrigação de jardins;6. Observar as contas de água do edifício.  Este procedimento poderá indicar aumentos de consumo incomuns que podem representar vazamentos ou desperdício de água pelos usuários.7. Providencie de imediato os consertos de torneiras, bebedouros e descargas vazando em seu local de trabalho.1. Coloque ou sugira a colocação de adesivos com mensagens educativas lembrando a todos da necessidade do bom uso da água no ambiente de trabalho. 2. Substitua as torneiras e as caixas de descargas por outras mais econômicas;3. Utilize  “Dispositivos Economizadores de Água” que podem resultar numa redução de vazão de até 12 L/min, por peça sanitária (torneiras, chuveiros etc.);4. Instale um sistema de aproveitamento de água de chuva, com utilização de água não potável nas instalações sanitárias, lavagens de garagens e automóveis e para irrigação de jardins;PARA ECONOMIZAR ÁGUA72Fique por dentro !Resolução CONAMA Nº 418/2009 - “Dispõe sobre critérios para a elaboração de Planos de Controle de Poluição Veicular - PCPV e para a implantação de Programas de Inspeção e Manutenção de Veículos em Uso - I/M pelos órgãos estaduais e municipais de meio ambiente e determina novos limites de emissão e procedimentos para a avaliação do estado de manutenção de veículos em uso.” Resolução CONAMA Nº 415/2009 - “Dispõe sobre nova fase (PROCONVE L6) de exigências do Programa de Controle da Poluição do Ar por Veículos Automotores-PROCONVE para veículos automotores leves novos de uso rodoviário e dá outras providências.”  Resolução CONAMA Nº 342/2003 - “Estabelece novos limites para emissões de gases poluentes por ciclomotores, motociclos e veículos similares novos, em observância à Resolução n o 297, de 26 de fevereiro de 2002, e dá outras providências” 6.Manutenção da frota oficial de veículos As revisões preventivas e periódicas sugeridas pelos fabricantes, o uso do combustível recomendado e a calibragem de pneus são itens imprescindíveis para a manutenção adequada de veículos. Isso contribui para o prolongamento da vida útil do veículo, representa uma economia financeira e minimiza o lançamento de poluentes no ar, no solo e nas águas.  Sempre que um veículo oficial em sua área de trabalho estiver transitando de forma irregular – soltando fumaça, vazando óleo do motor, combustível ou graxas, emitindo ruídos acima do suportável, tendo dificuldade de frear, com suspensão desalinhada ou pneus carecas - comunique ao encarregado da frota e peça providências. Os governos federal, estaduais e municipais, inclusive as fundações, autarquias e empresas de economia mista têm por obrigação dar bom exemplo quanto à manutenção das respectivas frotas de veículos.O exemplo pode ser dado comprando automó-veis econômicos, eficientes e que utilizem combustível de fonte renovável, como álcool ou biodiesel. A tecnologia acessível hoje e que já representa um grande avanço é a flex-fuel, que permite o abastecimento dos automóveis com álcool ou gasolina. Com a frota formada por carros flex o órgão ou instituição pode avaliar com o combustível que traz melhor benefício econômico-ambiental de acordo com as especificidades locais.737. Principais Resíduos Gerados na Administração PúblicaA administração pública gera grandes quantidades de resíduos decorrentes de suas atividades regimentais. Entre os resíduos produzidos em maior quantidade podemos citar a geração de papéis, plásticos, cartuchos e tonners, lâmpadas fluorescentes, lixo eletrônico e, em menor quantidade, vidros e metais além de pilhas e baterias. A seguir fazemos uma breve descrição desses resíduos e o que fazer com eles.PapelO papel é o resíduo gerado em maior quantidade pela administração pública e o que possui maior valor para aproveitamento por meio da reciclagem se bem separado por meio da coleta seletiva. Uma das maneiras de promover a correta separação do papel é a disposição de recipientes adequados para o seu descarte. Na maioria dos órgãos públicos são utilizadas caixas de papelão, individuais ou coletivas. Essas caixas também devem ser separadas de acordo com a destinação dos papéis, ou seja, se serão reutilizados (rascunhos) ou destinados à reciclagem. É muito importante que o papel não seja amassado nem seja misturado com outros tipos de materiais para que não sujem, o que reduz o valor do material para reciclagem.PlásticoAo lado do papel, o plástico se constitui em um dos principais resíduos gerados pela administração pública na forma, principalmente, de copos plásticos utilizados para o consumo de água e café. Diferentemente dos papéis, que podem ser reaproveitados para rascunho, os copos plásticos não são reaproveitados por outras pessoas e tem curtíssima duração de vida, podendo, apenas, serem destinados à reciclagem. Uma medida simples que otimiza a separação dos copos plásticos para reciclagem é a disponibilização nos órgãos públicos de coletores de copos plásticos e a conscientização dos usuários para sua correta utilização.Além da implantação de formas de destina-ção menos poluentes, é importante que sejam adotadas medidas que promovam a redução na geração desse resíduo, como por exemplo, a realização de campanhas para uso racional dos copos plásticos ou substituição de copos descartáveis por copos duráveis.MetalA administração pública não é, em sua grande maioria, grande produtora de metais nas atividades regimentais. Os mais comuns são os metais ferrosos encontrados nos utensí-lios domésticos, ferramentas, peças de automóveis, estruturas de edifícios e em latas de alimentos e bebidas. A maioria dos metais pode ser encaminhado para a reciclagem. O processo de reciclagem gera vários benefícios entre eles o que mais se destaca é a redução no consumo de energia quando comparada à produção do metal.  74Vidro A quantidade de vidro gerado pela administração pública varia entre os órgãos e instituições, entretanto, de uma forma geral, esse material é gerado em quantidade muito inferior ao papel e plástico. O vidro pode ser reaproveitado ou destinado à reciclagem para tanto deve-se observar a sua correta separação.Lixo orgânicoA quantidade de lixo orgânico gerada depende das especificidades de cada instituição. A sua destinação final pode ser os aterros sanitários da região ou ainda um sistema de compostagem que pode ser realizado por qualquer instituição e servir de adubo para as áreas verdes.O material de expedienteNem sempre prestamos atenção se o material de expediente é de fato necessário e em caso positivo, se é usado de forma racional. E mais, sequer sabemos se esses materiais são produzidos a partir de fontes naturais não renováveis, como minerais, carvão e petróleo. Seja qual for a função que exerçamos na administração pública, o resultado do nosso comprometimento com o uso racional de todo o tipo de bem público será bem visto e com certeza influenciará, em pouco tempo, outros servidores a procederem da mesma forma. Combater o desperdício é poupar os recursos naturais e valorizar os bens públicos. Combater o desperdício é conviver de forma equilibrada com a natureza e fazer economia para os cofres públicos.Materiais de escritório mais usados e desperdi-çados:Outros Resíduos gerados nas Atividades de GovernoLâmpada fluorescenteAs lâmpadas fluorescentes, apesar de serem mais econômicas do que as incandescentes, contêm mercúrio, um metal pesado altamente prejudicial ao meio ambiente e à saúde. Os resíduos de lâmpadas fluorescentes são considerados resíduos perigosos (Classe I) pela Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) porque apresentam concentrações de mercúrio e chumbo que excedem os limites regulatórios, o que exige a adoção de medidas adequadas para o seu descarte que não deve, jamais, ser feito diretamente nas lixeiras. Como forma de minimizar os impactos provocados pelo descarte inadequado de lâmpadas os órgãos da administração pública devem buscar soluções internas e possuir um gerenciamento específico que permita a correta descontaminação e descarte dessas lâmpadas.  75Pilhas e BateriasA Legislação Brasileira (Resolução CONAMA nº 401/2008) estabelece que pilhas e baterias que tenham elevados teores de chumbo, mercúrio e cádmio, devem ser recolhidas pelos estabelecimentos comerciais. Caberá ao comércio varejista encaminhar o material recolhido aos fabricantes e importadores que, por sua vez, serão responsáveis pela reciclagem, ou, quando não for possível, pelo descarte definitivo em aterros sanitários licenciados.A resolução prevê ainda que nos materiais publicitários e nas embalagens de pilhas e baterias, fabricadas no País ou importadas, deverão constar de forma clara, visível e em língua portuguesa, a simbologia indicativa da destinação adequada, as advertências sobre os riscos à saúde humana e ao meio ambiente, bem como a necessidade de, após seu uso, serem encaminhadas aos revendedores ou à rede de assistência técnica autorizada.Cartuchos e tonnersOs cartuchos e tonners - assim como pilhas, baterias e lâmpadas fluorescentes - são resíduos considerados perigosos e devem ter uma destina-ção apropriada. Caso esses resíduos sejam manejados de forma inadequada, podem contaminar o solo, a água, os animais e os seres humanos causando sérios problemas ao meio ambiente e ao homem. A melhor opção é encaminhá-los para empresas especializadas que possam proceder sua recarga para posterior reutilização, prolongando sua vida útil. Não sendo possível o encaminhamento, é preciso buscar uma forma de encapsulá-los ou destruí-los. PneusA Resolução CONAMA nº 416/09, que “Dispõe sobre a prevenção à degradação ambiental causada por pneus inservíveis e sua destinação ambientalmente adequada, e dá outras providências”, disciplina o gerenciamento dos pneus considerados inservíveis que, dispostos inadequadamente, constituem passivo ambiental, com riscos ao meio ambiente e à saúde pública.Um sistema de logística reversa será aplicado para destinação correta de pneus inservíveis, estabelecendo que o resíduo é de responsabilidade de fabricantes e importadores. Eles serão obrigados a coletar e dar destinação ambientalmente adequada aos pneus na proporção de um para um. Isso significa que a cada pneu novo comercializado, um inservível deverá ser recolhido.76Carcaças de computadores e ar condicionadosPodem ser comprados para desmonte. Em cidades como Curitiba e São Paulo existem empresas que recebem esses materiais para o reaproveitamento ou reciclagem. Óleos lubrificantes Óleos não re-refinados ou não reciclados, depois de usados, deverão ser acondicionados em tambores para disposição em aterros industriais próprios para resíduos perigosos. Em sua composição há metais e compostos altamente tóxicos e por isso são classificados como resíduos perigosos à saúde humana, animal e ao meio ambiente. Leia a Resolução CONAMA nº 9, de 31 de agosto de 1993, para saber mais a esse respeito. Carcaças de veículos Podem ser encaminhadas aos ferros-velhos ou sucateiros.  Móveis Podem ser levados para aterros sanitários ou doados às entidades sociais. Canos de cobre, ferro e alumínio Podem ser vendidos a sucateiros.Peças mecânicas e baterias de veículos Peças mecânicas de metal devem ser encaminhadas aos ferros-velhos ou sucateiros e as baterias de veículos descarregadas, enviadas ao revendedor. As resoluções nos 257 e 263/99 do CONAMA tratam do tema baterias. Medicamentos com data vencida e resíduos de serviços de saúde Podem ser encaminhados aos serviços de saúde. Leia a Resolução CONAMA nº 358/2005 para saber mais a esse respeito.Produtos químicos em geral Podem ser levados para aterros industriais ou dispostos em aterros de resíduos perigosos.Entulhos de construção civil e canos de PVC Leia a Resolução CONAMA nº 307/2002 para saber mais a esse respeito.  Divisórias e cortinas Quando verificado a impossibilidade de reaproveitamento, devem ser encaminhadas aos aterros sanitários.77Mudanças ClimáticasA mudança global do clima é um dos mais significativos desafios da atualidade. O aquecimento do planeta é o resultado de um processo de acúmulo de gases de efeito estufa na atmosfera, causado pela interferência humana que está em curso desde a revolução industrial. O estilo de desenvolvimento seguido pela sociedade priorizou a utilização de combustíveis fósseis para a produção de energia, que, associado ao aumento acelerado da mudança no uso da terra, levaram a um significativo incremento na liberação de gases de efeito estufa para a atmosfera. O aquecimento global provoca alterações na dinâmica do sistema climático, intensificando eventos extremos, como secas e tempestades e modificando ecossistemas. Em 1992, foi assinada a Convenção-Quadro sobre Mudanças Climáticas (UNFCCC) no âmbito da Organização das Nações Unidas - ONU, em que se definiu o termo “Mudanças Climáticas” como sendo: a mudança do clima que é atribuída direta ou indiretamente à atividade humana, que altere a composição da atmosfera mundial e que se soma àquela provocada pela variabilidade natural do clima observada ao longo de períodos comparáveis.Apesar de incerto quanto a sua magnitude, a mudança climática já é reconhecida como fato pela comunidade científica internacional. Por ser global, o problema requer o engajamento de todos: comunidade internacional, governos nacionais, governos locais e regionais, indústrias, setor agrícola, universidades e escolas, organizaçõe







































































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