RESPONSABILIDADE SOCIOAMBIENTAL E GESTÃO DE CONFLITOS SOCIOAMBIENTAIS
1 Conceitos, objetivos e eixos temáticos da Agenda Ambiental na Administração Pública – A3P.
2 Conceito e princípios.
3 Cap. 1: cidadania e consumo sustentável. 4 Mediação de conflitos socioambientais.
O QUE É A3P |
A Agenda Ambiental na Administração Pública – A3P - é um programa que visa implementar a gestão socioambiental sustentável das atividades administrativas e operacionais do Governo. A A3P tem como princípios a inserção dos critérios ambientais; que vão desde uma mudança nos investimentos, compras e contratação de serviços pelo governo; até uma gestão adequada dos resíduos gerados e dos recursos naturais utilizados tendo como principal objetivo a melhoria na qualidade de vida no ambiente de trabalho. A A3P é uma decisão voluntária respondendo à compreensão de que o Governo Federal possui um papel estratégico na revisão dos padrões de produção e consumo e na adoção de novos referenciais em busca da sustentabilidade socioambiental. O programa tem como diretriz a sensibilização dos gestores públicos para as questões socioambientais, estimulando-os a a incorporar princípios e critérios de gestão ambiental nas atividades administrativas, por meio da adoção de ações que promovam o uso racional dos recursos naturais e dos bens públicos, o manejo adequado e a diminuição do volume de resíduos gerados, ações de licitação sustentável/compras verdes e ainda ao processo de formação continuada dos servidores públicos. A Agenda se fundamenta nas recomendações do Capítulo IV da Agenda 21 que indica aos países o “estabelecimento de programas voltados ao exame dos padrões insustentáveis de produção e consumo e o desenvolvimento de políticas e estratégias nacionais de estímulo a mudanças nos padrões insustentáveis de consumo”; no Princípio 8 da Declaração do Rio/92 que afirma que “os Estados devem reduzir e eliminar padrões insustentáveis de produção e consumo e promover políticas demográficas adequadas”; e ainda na Declaração de Johannesburgo que institui a "adoção do consumo sustentável como princípio basilar do desenvolvimento sustentável". A A3P é um convite ao engajamento individual e coletivo para a mudança de hábitos e a difusão da ação. Nesse sentido, convidamos você a repensar a sua atuação pessoal e profissional, visando à construção de uma nova cultura institucional. XXXXXXXXX | Principais Temas | Relacionados aos eixos | Temáticos da A3P52 | Principais Temas Relacionados | aos Eixos Temáticos da A3P | Coleta Seletiva Solidária | O governo federal instituiu a Coleta Seletiva | Solidária para contribuir para o acesso à | cidadania , à oportunidade de renda e à | inclusão social dos catadores de materiais | recicláveis. | A Coleta Seletiva Solidária é uma estratégia | que busca a construção de uma cultura | institucional para um novo modelo de gestão | dos resíduos, no âmbito da administração | pública federal, direta e indireta, somada | aos princípios e ações da A3P. | » Para saber mais sobre a Coleta | Seletiva Solidária acesse: | www.coletasolidaria.gov.br | 1.Coleta Seletiva e Reciclagem | Em várias instituições públicas, o processo de | implantação da A3P tem se iniciado com a coleta | seletiva e é decorrente, em grande medida, da | edição do Decreto nº 5.940 de 25 de outubro | de 2006, que instituiu a separação dos resíduos | recicláveis descartados pelos órgãos e institui- | ções da administração pública federal direta e | indireta na fonte geradora e a sua destinação às | associações e cooperativas dos catadores de | materiais recicláveis. | Uma grande parte dos resíduos gerados na | administração pública pode ser destinada para a | reciclagem, mas, para que isso seja possível, é | imprescindível a implantação de um sistema de | coleta seletiva eficiente. Nesse processo, a separação dos materiais recicláveis daqueles que não | são, é a primeira preocupação a ser observada. | O acondicionamento e a coleta, quando realizados sem a segregação dos resíduos na fonte, | resultam na deterioração, parcial ou total, de várias | das suas frações recicláveis. O papelão se desfaz | com a umidade, tornando-se inaproveitável; o papel, assim como o plástico em filme (sacos e outras | embalagens) se suja em contato com a matéria | orgânica, perdendo valor; os recipientes de vidro e | lata enchem-se com outros materiais, dificultando | sua seleção e causando risco de acidentes aos tra-53 | A coleta seletiva é uma importante atividade | na gestão dos resíduos sólidos. | Trata-se do processo de seleção do lixo, que | envolve duas etapas distintas: Separação do | Lixo na Fonte (ou Segregação) e Coleta. | Você sabia ? | Que o lixo adequadamente manuseado | pode produzir riquezas na forma de energia, | produtos reciclados, com uma enorme | economia no que se refere à extração de | matéria-prima? | balhadores da coleta de resíduos; também a mistura de determinados materiais, como pilhas, cacos, | tampinhas e restos de equipamentos eletrônicos | pode contribuir para o risco de acidentes e piorar | significativamente a qualidade dos recicláveis. | Essa seleção poderá ser classificada em três categorias: resíduos orgânicos e inorgânicos ou secos e | úmidos ou recicláveis e não recicláveis. Materiais não | recicláveis são aqueles compostos por matéria orgâ- | nica e/ou que não possuam, atualmente, condições | favoráveis para serem reciclados. É uma pré-seleção | do material nos locais de origem: papel, papelão, | plástico, vidro, metal, dentre outros. Isto requer sensibilização, conscientização e a participação de todos. | Trata-se de recolhimento especial, que permite que os materiais pré-selecionados possam | ser recuperados, separados e recebam uma | destinação adequada, quer seja, reutilização, | reciclagem, compostagem ou aterro sanitário. | No caso de resíduos orgânicos, eles necessariamente passam por um processo de triagem | antes de serem encaminhados para reciclagem. | Portanto, a implantação da coleta seletiva deve | prever a separação dos materiais na própria fonte | geradora, evitando o surgimento desses inconvenientes. Para a implantação deste sistema, os resíduos gerados podem ser separados em dois grupos: | • Materiais recicláveis: | compostos por papel, papelão, vidro, | metal e plástico, entre outros. | • Materiais não recicláveis: | também chamados de lixo úmido ou | simplesmente lixo: compostos pela | matéria orgânica e pelos materiais | que não apresentam, atualmente, | condições favoráveis à reciclagem. | Para que a coleta seletiva seja eficaz tem que | haver a garantia da correta destinação dos resí- | duos para empresas que trabalham com reciclagem. Para introduzir um sistema de coleta seletiva é necessário o envolvimento de prefeituras, | comunidades, catadores, carroceiros/sucateiros, | entidades sociais e, principalmente, empresas | privadas que atuem com coleta e reciclagem.54 | Vantagens da Coleta | Seletiva Solidária | Diminui a exploração | dos recursos naturais; | Diminui a poluição do | solo, da água e do ar; | Reduz os resíduos encaminhados | aos aterros sanitários; | Gera emprego e renda para os | catadores de materiais recicláveis; | Diminui os gastos | com a limpeza pública; | Prolonga a vida útil | dos aterros sanitários; | Fortalece a organização | dos catadores e melhora suas | condições de trabalho. | Triagem de Resíduos Sólidos | Os resíduos sólidos separados podem ser prensados em fardos ou não, no local de origem, recolhidos e repassados para associações, cooperativas e/ou empresas, que se encarregarão de | vendê-los para outras empresas que trabalham | com reciclagem. | Os diversos tipos de papéis usados e separados | em coleta seletiva denominam-se aparas e são | prensados em fardos. Quanto mais limpa e selecionada for a apara, maior será seu valor comercial. | Exemplificação dos Resíduos | • Resíduos líquidos ou efluentes: | rejeitos industriais, águas utilizadas | (servidas) e chorumes. | • Resíduos orgânicos: restos de alimentos, | galhos e folhas, papel higiênico | • Resíduos inorgânicos: plásticos, | papéis, vidros e metais. | • Resíduos secos: plásticos, papéis, vidros, | metais, embalagens “longa vida”. | • Resíduos úmidos: restos de alimentos, | cascas de frutas, podas de jardim. | • Outros Resíduos (rejeitos): todos | aqueles que não se enquadram | nas outras classificações.55 | Copos descartáveis, | sacolas e sacos | plásticos, CDs, | disquetes, embalagens | plásticas, embalagens | tipo PET, canos e tubos | plásticos em geral. | Jornais e revistas, | caixas em geral, | aparas de papel, | fotocópias, | envelopes, cartazes | velhos, papel de fax, | embalagens tipo | longa vida. | Tampinha de garrafa, | latas de óleo, leite em | pó e conservas latas | de refrigerarante, | alumínio, embalagens | metálicas de | congelados. | Recipientes | e frascos em | geral, garrafas de | bebidas, copos, | potes de produtos | alimentícios, cacos. | Restos de comida, | papel higiênico, | lenços de papel, | guardanapos, | absorventes. | Não Recicláveis | Recicláveis | Plástico Papéis Metal Vidro Orgânico | Etiquetas adesivas; papel carbono e celofane; fita crepe; papéis sanitários; papéis molhados | ou papéis sujos de gordura; papéis metalizados; parafinados ou plastificados (embalagens de | biscoito, por exemplo); guardanapos usados; bitucas de cigarro; fotografias; acrílicos; clips; | grampos; esponjas de aço; tachinhas; pregos; espelhos; vidros planos e cristais; cerâmicas e | porcelanas; tubos de TVs e computadores; lâmpadas fluorescentes. | DESCARTE CORRETAMENTE O RESíDUO56 | Principais etapas para | implementação da Coleta Seletiva | O Ministério de Desenvolvimento Social e Combate à Fome desenvolveu uma cartilha que versa | sobre a implantação da Coleta Seletiva Solidária, | Decreto 5.940/06, nos órgãos públicos federais. | Para facilitar a implantação da coleta pelos diferentes órgãos e instituições, sejam eles das esferas | federais, estaduais e municipais, elencamos as | etapas do guia abaixo. | Segundo a cartilha, para implementar a coleta, | primeiramente os órgãos e instituições devem | formar uma Comissão da Coleta Seletiva. Esta | comissão deve ser formada por servidores que se | interessem pelo tema e deve ter a participação das | diversas áreas e setores do órgão. A comissão é | responsável pelo planejamento da implantação e | monitoramento da Coleta Seletiva e também pela | interlocução com a organização de catadores. | Após formada a Comissão esta deverá realizar | um levantamento de dados sobre a situação da | gestão dos resíduos no local de trabalho, buscando | conhecer todos os tipos e quantidades de resíduos | gerados. Além das quantidades e tipos, o diagnóstico deve identificar os locais dos equipamentos | geradores de resíduos utilizados (máquinas fotocopiadoras, impressoras, etc.), a logística interna | de recolhimento pelos empregados dos serviços | gerais, ou seja, como e onde o lixo é acondicionado | e recolhido e se há algum sistema de recolhimento | e destinação de recicláveis já implantado. | Também é importante identificar o volume e | recursos gastos na compra de materiais de consumo, tais como: papéis brancos, sacos plásticos, | copos descartáveis, cartuchos de impressoras, | lâmpadas, CD, disquetes e outros, a fim de avaliar | o comprometimento ambiental dos fabricantes | e possibilidades de redução na compra após a | implantação do programa. | A comissão deve identificar ainda quais cooperativas ou associações têm interesse e | capacidade de coletar os materiais selecionados. | O contato com as organizações de catadores | ajuda a identificar os tipos de materiais reciclá- | veis que poderão ser absorvidos pelo mercado | local. No caso dos órgãos federais abrangidos | pelo Decreto 5.940/06 o diagnóstico deve incluir | a identificação das cooperativas ou associações | de catadores que atendem aos critérios do previstos no decreto. 57 | As cooperativas e associações selecionadas | devem: | • Estar formal e exclusivamente | constituída por catadores de materiais | recicláveis que tenham a catação | como forma única de renda; | • Não possuir fins lucrativos; | • Possuir infra-estrutura para realizar | a triagem e a classificação dos | resíduos recicláveis descartados; e | • Possuir sistema de rateio entre os | associados e cooperados. | Alguns órgãos e instituições, entretanto, podem | encontrar dificuldades por não haver em suas cidades cooperativa ou associação de catadores. Nesses | casos recomendamos que haja um engajamento | do poder público para financiar, tanto tecnicamente | quanto financeiramente, os catadores autônomos | para que estes formem cooperativas capazes de | recolher os resíduos gerados. Outra alternativa é a | associação com outros órgãos públicos e privados | para enviar os resíduos gerados para alguma cidade | próxima que possua um centro de triagem. | Depois de realizado o levantamento de dados | deve ser definida a logística da coleta seletiva | a ser implantada no órgão, ou seja, planejar a | sua operacionalização. Na operacionalização | deve-se considerar os dados levantados como | os locais disponíveis para armazenamento, os recursos disponíveis para aquisição de coletores de | recicláveis e contêineres, a capacidade de coleta | das cooperativas e também os tipos de materiais | negociados no mercado local, e definir quais serão | os materiais a serem separados. | A logística da coleta inclui ainda: | • Estabelecer o fluxo, forma e | frequência de recolhimento interno | dos materiais recicláveis; | • Prever a forma e local de armazenamento | do material reciclável até que seja coletado; | • Definir locais para a disposição | de coletores para recolhimento de | materiais, como por exemplo, mesas de | trabalho, ilhas de impressão, máquinas | fotocopiadoras, recepção e copa, e | demais locais geradores de materiais | recicláveis e fluxo de pessoas; | • Estabelecer tarefas específicas e | rotinas necessárias nas diversas etapas | da operacionalização do projeto – | recolhimento interno, armazenamento, | pesagem, controle, entrega dos | materiais e coleta dos recicláveis. | A comissão deve elaborar um cronograma | de implantação e providenciar os equipamentos | e materiais necessários para operacionalizar a coleta seletiva: sacos plásticos ou coletores em cores | diferenciadas, cestas/caixas de coleta de papel, | coletores de copos descartáveis; fragmentadora | de papéis sigilosos e balança para a pesagem do | material, dentre outros. 58 | Você sabia ? | Uma enorme quantidade de catadores, | inclusive crianças, ainda participa das ações | de coleta nos lixões à céu aberto? Evitar | essa exclusão social é ação decisiva para o | resgate da cidadania. | Quanto mais desenvolvida a sociedade, mais | resíduos sólidos por habitante são por ela | produzidos? | A média de resíduos produzidos pelos suíços | chega a 1,7 kg/dia/habitante, Em cidades | como São Paulo e Rio de Janeiro, a média | diária chega a superar 1 kg/dia/habitante. | O lixo adequadamente manuseado pode | produzir riquezas na forma de energia, | produtos reciclados, com uma enorme | economia no que se refere à extração de | matéria-prima. | No Brasil apenas 2% do lixo é reciclado | enquanto que nos EUA e na união Européia a | reciclagem chega a 40% do total descartado. | Outra atividade importante que deve ser | realizada no momento da efetiva implantação da | coleta, que ocorre com a distribuição de coletores | e contêineres é a sensibilização dos servidores. | Portanto, o planejamento deve ser cuidadoso, | prevendo materiais educativos e de comunicação | para os servidores, além de atividades educativas | tais como: mostras de vídeo, depoimentos de catadores e de funcionários de outros órgãos com | experiência na coleta seletiva, visitas a cooperativas de catadores e aterros sanitários, concursos | culturais e palestras sobre o tema. | Após a implementação devem ser feitas vistorias e avaliações periódicas para verificação | do cumprimento das rotinas estabelecidas para a | seleção, coleta e destinação dos materiais, observando os procedimentos requeridos para garantir | o sigilo dos documentos e também verificando | eventuais focos de desperdícios. | É necessário também elaborar instrumentos | de controle e registro de pesagem do material | coletado. Esse instrumento pode ser uma planilha | ou formulário simples, contendo a data, as quantidades de recicláveis em kg e o responsável pelo | registro das informações. | A comissão deve se reunir mensalmente para | realizar a avaliação da coleta identificando os facilitadores e dificultadores do processo, a fim de | reformular as estratégias e redirecionamento das | ações quando necessário.59 | Curiosidade | A AD consiste em um direito de suprimir parte da | vegetação de uma propriedade por qualquer motivo. | A porcentagem da área do terreno passível de desmate | é regulamentada em lei e depende da região onde o | terreno se localiza, sendo que, na Amazônia Legal, esse | valor é de 20% de acordo com a Medida Provisória | 2.166-65/2001. A madeira proveniente da AD é legal, | porém não é resultado de um manejo florestal, visto que | a área da qual ela foi retirada é utilizada para outro fim. | O PMFS consiste num plano de aplicação do | manejo florestal sustentável em uma determinada | propriedade. A aprovação do PMFS é a garantia de | que a madeira da área não será explorada de forma | predatória, e sim de um modo que garanta sua | disponibilidade para as futuras gerações. | 2. Consumo da madeira | O Brasil é um dos maiores produtores e o maior consumidor mundial de madeiras tropicais. Setores estratégicos da economia brasileira, como a siderurgia, | a indústria de papéis e embalagens e a construção | civil são altamente dependentes do setor florestal. | Nos últimos anos, observou-se um grande aumento | na demanda por madeira que não tem sido acompanhado por um aumento sensível do reflorestamento. | A madeira é empregada de diversas formas nas | atividades humanas desde matéria prima para | utensílios até estruturas de construções. A administração pública também é grande consumidora | desse recurso principalmente na forma de mobiliário e divisórias de escritórios. | A madeira é o material que apresenta maior sustentabilidade em sua produção. Por ser um recurso | natural renovável, a madeira é totalmente assimilável | pelo ambiente e possui um vantajoso e significativo potencial sócio-econômico. No entanto, essa | sustentabilidade depende profundamente de um | manejo adequado das florestas produtoras que | garanta sua exploração ordenada. Portanto, embora | haja impactos importantes gerados pela cadeia | produtiva da madeira, estes podem ser minimizados | de modo que esse recurso seja utilizado de maneira | sustentável, sendo necessário, para isso, que sua | origem seja de áreas de manejo adequado, o que | deve ser uma exigência real de seus consumidores. | Além de desempenhar seu papel ambiental, as | florestas podem e devem ser utilizadas como fonte | de renda. O desenvolvimento das técnicas de extrativismo e o aumento do conhecimento e da oferta | de novos produtos florestais permitem uma maior | valorização das florestas e, assim, um maior potencial econômico e social de seu manejo sustentável. | Todavia, apesar desse potencial inexplorado, os | gestores públicos ainda não perceberam que eles | podem contribuir para a sustentabilidade do manejo florestal. A administração pública pode exercer | influência em prol do manejo florestal sustentável | exigindo que a madeira comprada por si tenha | origem legal. A madeira em tora explorada em florestas naturais na Amazônia pode ser legalmente | adquirida por meio de duas fontes: Autorizações de | Desmatamento (AD) e Planos de Manejo Florestal | Sustentável (PMFS) (LENTINI et al. 2005).60 | Dica | Já existem publicações referentes ao uso | de madeiras menos nobres para o uso. | Um exemplo é o livro “Espécies de Madeiras | Substitutas do Mogno” de Júlio Eustáquio de | Melo publicado pelo MMA. | Para mais informações acesse o site: | www.mma.gov.br/sfb | Você sabia ? | Que uma tonelada de papel requer o corte de | 40 árvores? | Os papéis mais comumente utilizados são | feitos à base de celulose extraída de Eucaliptus | e Pinus. Do Eucaliptus vem o papel para | escrever e fazer cópias; do Pinus, os papelões | para embalagem. | A administração pública pode estimular a ado- | ção de práticas florestais benéficas por meio das | compras sustentáveis, promovendo o manejo florestal correto e o uso mais eficiente e responsável | da madeira. O exemplo do governo é um importante indutor para a mudança de atitude dos outros | setores da sociedade e é uma importante ferramenta para iniciar a implantação dessa ação tão | urgente que é o manejo sustentável das florestas. | 3. O papel nosso de cada dia | Dentre os subprodutos da madeira um merece | atenção especial: o papel. Nas atividades desenvolvidas na administração pública o papel é um | dos principais recursos naturais consumidos. O | papel A4 - 75 g/m2 ocupa posição de destaque | quanto ao uso nas ações rotineiras. Entretanto, | também fazem parte do uso diário das instituições | públicas os envelopes, cartões de visita, agendas, | papéis de recado, entre outros, todos envolvendo | grandes quantidades de papel. | Os problemas ambientais relacionados à produ- | ção e consumo de papéis são de grande escala, | estando os principais impactos relacionados ao | alto consumo de matéria prima – especialmente | madeira, água e energia. Além de usar intensivamente recursos florestais, o processo de produção 61 | do papel demanda grandes quantidades de água | e gera altos volumes de efluentes líquidos, resíduos sólidos e emissões atmosféricas. | O processo de produção de papel engloba o | seu branqueamento cujas técnicas mais usadas | pela indústria nacional são o branqueamento a | cloro ou peróxido de hidrogênio. O branqueamento por cloro é mais nocivo ao meio ambiente. | Entretanto as indústrias vem desenvolvendo o processo de branqueamento livre de cloro essencial, | cuja nocividade é menor. O processo utilizando | o peróxido de hidrogênio ainda não é comum no | Brasil, mas, por ser totalmente livre de cloro, é o | melhor no respeito ao meio ambiente. | muito menores do que as da produção tradicional e | lança no ambiente volumes menores de poluentes. | Em adição ao menor consumo de recursos na | produção, é importante salientar que com a reciclagem do papel há redução sensível do volume | de resíduos destinados aos aterros sanitários, aumentando sua vida útil e facilitando a coleta de lixo. | Além dos impactos ambientais do papel reciclado | serem menores, seus impactos sociais podem ser | muito mais benéficos devido à possível geração | de emprego e renda se implantado um sistema | de coleta seletiva que o supra. | Vantagens da Redução | do Consumo de Papel | Reduz o corte de árvores | Reduz a utilização de água doce | nos processos de produção | Reduz a energia usada | no processo de fabricação | Um aspecto importante a ser ressaltado diz respeito às iniciativas do setor público para substituição e/ | ou redução do uso do papel. Os avanços nas tecnologias de informação, principalmente por meio do uso | das tecnologias de desmaterialização de processos | e documentos, têm possibilitado ao setor público a | adoção de novas ferramentas mais eficientes. | Atualmente com as tecnologias disponíveis é | possível implantar processos informatizados e | Uma opção menos nociva ao meio ambiente | é o papel reciclado. Apesar de não ser necessariamente livre de cloro, utilizam matéria prima já | usada, poupando matéria prima que vem diretamente da natureza evitando reiniciar o processo | de uso do recurso natural. Embora ainda implique | em consumo de água e energia, a produção do | papel reciclado utiliza tais recursos em quantidade 62 | desmaterializados para grande parte dos procedimentos administrativos com o intuito de reduzir | ou mesmo eliminar o uso do papel. Em alguns | casos o processo poderá envolver a transferência, | a transmissão de dados em rede ou a sua inserção | em suportes como fita magnética, disquete, etc, | visando a substituição da versão em papel por | um equivalente eletrônico (fotografia digital do | conteúdo ou conteúdo em formato digital). | Vantagens da | Reciclagem do Papel | Reduz a poluição do ar e dos rios, | pois não implica na utilização de | certos procedimentos químicos, | que geram impactos ambientais | para obtenção da pasta de celulose | (lançamento de efluentes nos rios | e partículas e odores no ar) | possibilita a inserção social | dos catadores e outras parcelas | da população, bem como a | geração de emprego e renda. | A otimização do uso do papel também pode | ser exercida por meio do reaproveitamento de papéis tornados inúteis para rascunhos, lembretes, | anotações, entre outros usos e ainda por meio | de impressões de frente e verso, que reduzem o | uso de papel pela metade. Com medidas como | essas, pode-se realizar o mesmo trabalho com | uma utilização muito menor de papel, o que reduz os custos decorrentes de sua aquisição e os | resíduos gerados. | O poder de compra do poder público orienta | os agentes econômicos quanto aos padrões do | sistema produtivo de produtos ambientalmente | sustentáveis e, por sua grande escala de consumo, pode incentivar o aumento da produção e | tornar tais produtos economicamente acessíveis, | ou seja, mais baratos. | Recriando o uso do papel | Sempre que possível, use papéis que não utilizam | cloro em seu processo de fabricação e, portanto, | não são tão poluentes. Outra opção ambientalmente correta é a utilização de papéis reciclados. | No mercado brasileiro já existem papéis 100% | reciclados, diferentes e de excelente qualidade, | produzidos em escala industrial. Tendo o poder de | compra do poder público um papel de destaque | na orientação dos agentes econômicos, quanto | aos padrões do sistema produtivo e do consumo | de produtos ambientalmente sustentáveis, este | pode viabilizar a produção em larga escala.63 | Você sabia ? | Cada tonelada de papel enviado para o | processo de reciclagem deixa de ocupar | uma área de aproximadamente 3 metros | cúbicos nos aterros sanitários. | A reciclagem de papel proporciona: | » redução da poluição do ar em 74%; | » redução da poluição da água em 35%; | » redução do consumo de energia em 71%. | É possível reciclar um papel com textura | de boa qualidade até sete vezes. | Vantagens da desmaterialização | Maior eficiência no processo | de comunicação | Simplificação dos processos | Economia de recursos | naturais e materiais | Maior facilidade no intercâmbio | de informações | Maior facilidade para controle do | processo (acompanhamento “on line”)64 | 6. Quando for imprimir confira sempre | no monitor se não há nenhum erro; | 7. Use meio digital, tanto quanto | possível, para gravação de cópias | de ofícios e documentos para | arquivos, gerando aumento de | espaço nas repartições e gabinetes. | 8. Adote sistemas que facilitem a | economia do papel ao imprimir | documentos, tais como usá- | lo em frente e verso, configurar | duas páginas em uma folha | e assim por diante. | 9. Reformate documentos para | evitar espaços em branco | e vias desnecessárias | 10.Produza papelaria genérica para | eventos – crachás, pastas e | blocos, sem indicar data e nome | 1. Utilize frente e verso das folhas, | sempre que possível. | 2. Use os papéis que seriam | jogados fora na confecção de | blocos para anotações. | 3. Utilize e-mail para comunicação | interna e externa. | 4. Ao ser enviado material pelo correio, | procure saber se há possibilidade | de serem encaminhados outros | em conjunto ou se pode o | material ser encaminhado por | outra forma (correio eletrônico). | 5. Verifique se é necessário, realmente, | extrair cópias reprográficas ou | imprimir material e, em caso positivo, | preste atenção para não copiar ou | imprimir material em excesso. | PARA ECONOMIZAR PAPEL65 | 4. Eficiência energética | A energia elétrica se tornou um dos bens de consumo fundamentais para as sociedades modernas. | Ela é utilizada para gerar iluminação, movimentar | máquinas e equipamentos, controlar a temperatura | produzindo calor ou frio, agilizar as comunicações, | etc. Da eletricidade dependem a produção, locomoção, eficiência, segurança, conforto e vários | outros fatores associados à qualidade de vida. | A contrapartida dos benefícios proporcionados | pelo desenvolvimento tecnológico é o crescimento | constante do consumo de energia. Para enfrentar | o aumento da demanda no futuro é preciso encarar o uso da energia sob a ótica do consumo | sustentável, ou seja, aquele que atende às necessidades da geração atual sem prejuízo para as | gerações futuras. Isso significa eliminar desperdí- | cios e buscar fontes alternativas mais eficientes e | seguras para o homem e o meio ambiente. | No Brasil já existem diferentes leis e programas | voltados à promoção da eficiência energética, | entre eles destacam-se: | • Lei Nº 10.295 que versa sobre a | eficiência energética dos equipamentos | comercializados no país que devem atender | aos índices mínimos de eficiência ou níveis | máximos de consumo de energia definidos; | • Decreto nº 4.131 que dispõe sobre | medidas emergenciais de redução do | consumo de energia elétrica no âmbito | da Administração Pública Federal. | • Programa Nacional de Conservação de | Energia Elétrica (Procel) que tem como | objetivo promover a racionalização da | produção e do consumo de energia | elétrica, para que se eliminem os | desperdícios e se reduzam os custos | e ainda os investimentos setoriais; | • Programa Brasileiro de Etiquetagem | (PEB) que efetua a certificação de | equipamentos quanto ao consumo de | energia em parceria com o Procel. | A administração pública é grande consumidora de energia elétrica. Apesar da maioria das | edificações públicas não terem sido projetadas | de maneira sustentável de um modo geral elas | apresentam oportunidades significativas de redução de custos no consumo de energia. | A economia nos edifícios públicos pode se | dar através de medidas como o gerenciamento das instalações, adoção de equipamentos | tecnologicamente mais avançados e eficientes, | alterações de algumas características arquitetô- | nicas, utilização de técnicas modernas de projeto e construção, alterações dos hábitos dos | usuários, entre outras. Essas oportunidades de | redução devem ser identificadas em um estudo | específico, com recomendação das ações a | serem empreendidas e análise de viabilidade | técnico-econômica.66 | Você sabia ? | Atualmente, as edificações são responsáveis | por 42% de toda a energia elétrica consumida, | as quais se distribuem entre os setores | residencial (23%), comercial (11%) e público | (8%). No caso de prédios públicos, o | condicionamento de ar é responsável por 48% | desse consumo e a iluminação por 24%. | Fique por dentro ! | O Procel possui um programa específico | para a eficientização energética de prédios | públicos. Confira as dicas no “Manual de | Orientações Gerais para a Conservação de | Energia em Prédios Públicos”. | Para maiores informações acesse o site: | http://www.eletrobras.com/elb/procel/main.asp67 | 7. Mantenha as paredes do ambiente | de trabalho preferencialmente | pintadas com cores claras. Não | se esqueça que, por critério de | padronização no serviço público, as | paredes são pintadas na cor branca. | 8. Se estiver com sistema de ar | condicionado ligado, mantenha | portas e janelas fechadas para | evitar a entrada de ar externo e | otimizar o sistema. Não mexa, | em hipótese alguma, nas grelhas | de entrada e saída de ar sem a | orientação de um técnico, isto | pode comprometer o sistema e | aumentar o consumo de energia. | 1. Dê preferência à iluminação natural, | abrindo janelas, cortinas e persianas. | 2. Apague as lâmpadas de | ambientes vazios ou quando | deixar o ambiente de trabalho. | 3. Não deixe computadores e outros | equipamentos elétricos ligados | por muito tempo sem uso. | 4. Ao sair para o almoço, desligue, ao | menos, o monitor do computador. | 5. Otimize o uso de elevadores. Se | subir apenas um andar ou se | for descer dois andares, use a | escada. Além de fazer exercício | economiza-se energia elétrica. | 6. Evite o uso de tomadas | em sobrecarga (fios de | extensão e beijamins). | PARA ECONOMIZAR ENERGIA68 | Você sabia ? | O planeta Terra é composto de 70% de água | e que o corpo humano também tem em sua | composição 70% de líquidos | A água existente no planeta está | distribuída da seguinte forma: | » 97% é salgada; | » 3% é doce, dos quais: | » 2% está congelada nas geleiras; | » 1% está disponível em lagos, | rios e camadas subterrâneas; | » 13% de toda a água doce está | concentrada no Brasil. | 5. A água e seus usos múltiplos | A água é elemento essencial à vida e é básica | para as atividades sociais e produtivas do ser humano: abastecimento público, geração de energia, | agropecuária, recreação, transporte fluvial e marí- | timo, indústria, aqüicultura, comércio e serviços, | ou seja, a água é geradora de todos os sistemas | necessários e formadores da sociedade. | Porém, o aumento da demanda por água, somado ao crescimento das cidades, à impermeabilização dos solos, à degradação da capacidade | produtiva dos mananciais, à contaminação das | águas e ao desperdício estão conduzindo a um | quadro preocupante em relação à sustentabilidade | do abastecimento público. | A Constituição Federal de 1988 define que “os | bens componentes do meio ambiente, como a | atmosfera, a água, o solo, os elementos da biosfera, a fauna e a flora, são bens ambientais”. Assim | sendo, a água é um bem ambiental por ser um | dos elementos formadores do meio ambiente e | um bem de uso comum do povo69 | Visando a equidade na utilização dos corpos hídricos e a manutenção de sua qualidade, ações para o | uso sustentável da água estão sendo difundidas no | mundo inteiro. No âmbito da administração pública | já foram documentados várias medidas adotadas | para conter o desperdício no consumo de água. Entre | essas medidas destacam-se o uso de aparelhos economizadores como por exemplo vasos sanitários com | caixa acoplada, registro com sensor, acionamentos | temporizados, vasos a vácuo, entre outros aparelhos. | A adoção dessas medidas tem como intuito a | maximização da eficiência do uso da água dentro | dos edifícios que compõem a administração pública e podem ser facilmente adotadas seja em edifí- | cios em construção como naqueles já construídos. | Também podem ser adotadas medidas como a | instalação de um sistema de reaproveitamento das | águas pluviais e do sistema de reuso das águas | cinzas. O reaproveitamento das águas pluviais compreende a coleta, filtragem e armazenamento das | águas das chuvas que podem ser usadas em vários | pontos como por exemplo o vaso sanitário, irrigação, | lavanderia e na lavagem de automóveis e calçadas. | O sistema de reuso das águas cinzas consiste | na utilização da água provenientes das lavagens | de roupas, chuveiro, ralos e pia do banheiro, que | compõem o chamado esgoto secundário. Neste | sistema o esgoto secundário é tratado em equipamento específico de modo a garantir a qualidade mínima requerida pelos padrões e normas | sanitárias e é encaminhado para o reuso nos | vasos sanitários, lavagens de pátio que não tenham contato humano como calçadas internas, | playground, dormitórios, cozinhas e refeitórios, | dando preferência para as lavagens de garagens | e acesso de automóveis. | Benefícios do reaproveitamento | e reuso das águas | Redução do consumo de água; | Evita a utilização de água potável | onde esta não é necessária; | Os investimentos na construção | dos reservatórios tem retorno | em 2 anos e meio; | Faz sentido ecológica e financeiramente | não desperdiçar um recurso natural | escasso em toda a cidade, e disponível | em abundância no nosso telhado; | Ajuda a conter as enchentes, | represando parte da água que teria | de ser drenada para galerias e rios; | Encoraja a conservação de água, a autosuficiência e uma postura ativa perante | os problemas ambientais da cidade; | A instalação do sistema, que é | modular, pode ser realizada tanto | em obras em andamento como | em construções finalizadas.70 | Dica | O livro “Água: Manual de Uso” lista uma série | de cuidados com a água na alimentação, na | higiene pessoal da residência ou do local de | trabalho. | Fique por dentro ! | No Brasil, o gerenciamento das águas possui | uma legislação moderna e abrangente, que | busca estabelecer critérios de quantidade | e qualidade, de forma democrática, para o | desenvolvimento sustentável das comunidades | menos abastadas e de todo o País. | A administração pública tem papel | fundamental na disseminação de informações | sobre o correto uso da água e de práticas para | conter seu desperdício. Conheça o Código das | Águas, Decreto nº 24.643, de 10 de julho de | 1934, e a Lei federal nº 9.433, de 8 de janeiro | de 1997, que institui a Política Nacional de | Recursos Hídricos. | Como parte da nova cultura de gestão da água, | mudar hábitos cotidianos é responsabilidade de | cada um. Medidas simples de serem adotadas | no ambiente de trabalho que remetem à mudan- | ça de postura devem ser estimuladas como, por | exemplo, comunicar os responsáveis se houver | vazamentos em torneiras, descargas e bebedouros; sugerir a adoção de equipamentos de | alta pressão de água que permitam uma limpeza | efetiva e com grande economia; ou ainda sugerir | a colocação de adesivos com mensagens educativas, lembrando a todos, da necessidade do | bom uso da água no ambiente de trabalho.71 | 5. Instale um sistema de reuso | das águas cinzas que, após | tratamento específico, podem | ser reutilizadas nas instalações | sanitárias, lavagens de garagens e | automóveis e irrigação de jardins; | 6. Observar as contas de água do | edifício. Este procedimento poderá | indicar aumentos de consumo | incomuns que podem representar | vazamentos ou desperdício | de água pelos usuários. | 7. Providencie de imediato | os consertos de torneiras, | bebedouros e descargas vazando | em seu local de trabalho. | 1. Coloque ou sugira a colocação | de adesivos com mensagens | educativas lembrando a todos | da necessidade do bom uso da | água no ambiente de trabalho. | 2. Substitua as torneiras e as | caixas de descargas por | outras mais econômicas; | 3. Utilize “Dispositivos Economizadores | de Água” que podem resultar | numa redução de vazão de até | 12 L/min, por peça sanitária | (torneiras, chuveiros etc.); | 4. Instale um sistema de | aproveitamento de água de chuva, | com utilização de água não | potável nas instalações sanitárias, | lavagens de garagens e automóveis | e para irrigação de jardins; | PARA ECONOMIZAR ÁGUA72 | Fique por dentro ! | Resolução CONAMA Nº 418/2009 - “Dispõe | sobre critérios para a elaboração de Planos de | Controle de Poluição Veicular - PCPV e para | a implantação de Programas de Inspeção | e Manutenção de Veículos em Uso - I/M | pelos órgãos estaduais e municipais de meio | ambiente e determina novos limites de emissão | e procedimentos para a avaliação do estado de | manutenção de veículos em uso.” | Resolução CONAMA Nº 415/2009 - “Dispõe | sobre nova fase (PROCONVE L6) de exigências | do Programa de Controle da Poluição do Ar | por Veículos Automotores-PROCONVE para | veículos automotores leves novos de uso | rodoviário e dá outras providências.” | Resolução CONAMA Nº 342/2003 - | “Estabelece novos limites para emissões de | gases poluentes por ciclomotores, motociclos | e veículos similares novos, em observância à | Resolução n o 297, de 26 de fevereiro de 2002, | e dá outras providências” | 6.Manutenção da frota | oficial de veículos | As revisões preventivas e periódicas sugeridas pelos fabricantes, o uso do combustível recomendado | e a calibragem de pneus são itens imprescindíveis | para a manutenção adequada de veículos. Isso contribui para o prolongamento da vida útil do veículo, | representa uma economia financeira e minimiza o | lançamento de poluentes no ar, no solo e nas águas. | Sempre que um veículo oficial em sua área | de trabalho estiver transitando de forma irregular – soltando fumaça, vazando óleo do motor, | combustível ou graxas, emitindo ruídos acima do | suportável, tendo dificuldade de frear, com suspensão desalinhada ou pneus carecas - comunique ao encarregado da frota e peça providências. | Os governos federal, estaduais e municipais, inclusive as fundações, autarquias e empresas de economia mista têm por obrigação dar bom exemplo quanto | à manutenção das respectivas frotas de veículos. | O exemplo pode ser dado comprando automó- | veis econômicos, eficientes e que utilizem combustível de fonte renovável, como álcool ou biodiesel. | A tecnologia acessível hoje e que já representa | um grande avanço é a flex-fuel, que permite o | abastecimento dos automóveis com álcool ou | gasolina. Com a frota formada por carros flex o órgão ou instituição pode avaliar com o combustível | que traz melhor benefício econômico-ambiental | de acordo com as especificidades locais.73 | 7. Principais Resíduos Gerados | na Administração Pública | A administração pública gera grandes quantidades de resíduos decorrentes de suas atividades | regimentais. Entre os resíduos produzidos em | maior quantidade podemos citar a geração de | papéis, plásticos, cartuchos e tonners, lâmpadas | fluorescentes, lixo eletrônico e, em menor quantidade, vidros e metais além de pilhas e baterias. | A seguir fazemos uma breve descrição desses | resíduos e o que fazer com eles. | Papel | O papel é o resíduo gerado em maior quantidade | pela administração pública e o que possui maior | valor para aproveitamento por meio da reciclagem | se bem separado por meio da coleta seletiva. | Uma das maneiras de promover a correta separação do papel é a disposição de recipientes adequados para o seu descarte. Na maioria dos órgãos | públicos são utilizadas caixas de papelão, individuais ou coletivas. Essas caixas também devem | ser separadas de acordo com a destinação dos | papéis, ou seja, se serão reutilizados (rascunhos) | ou destinados à reciclagem. É muito importante que | o papel não seja amassado nem seja misturado | com outros tipos de materiais para que não sujem, | o que reduz o valor do material para reciclagem. | Plástico | Ao lado do papel, o plástico se constitui em | um dos principais resíduos gerados pela administração pública na forma, principalmente, de | copos plásticos utilizados para o consumo de | água e café. Diferentemente dos papéis, que | podem ser reaproveitados para rascunho, os | copos plásticos não são reaproveitados por | outras pessoas e tem curtíssima duração de | vida, podendo, apenas, serem destinados à | reciclagem. Uma medida simples que otimiza a | separação dos copos plásticos para reciclagem | é a disponibilização nos órgãos públicos de coletores de copos plásticos e a conscientização | dos usuários para sua correta utilização. | Além da implantação de formas de destina- | ção menos poluentes, é importante que sejam | adotadas medidas que promovam a redução na | geração desse resíduo, como por exemplo, a realização de campanhas para uso racional dos copos | plásticos ou substituição de copos descartáveis | por copos duráveis. | Metal | A administração pública não é, em sua grande maioria, grande produtora de metais nas | atividades regimentais. Os mais comuns são | os metais ferrosos encontrados nos utensí- | lios domésticos, ferramentas, peças de automóveis, estruturas de edifícios e em latas | de alimentos e bebidas. A maioria dos metais | pode ser encaminhado para a reciclagem. O | processo de reciclagem gera vários benefícios | entre eles o que mais se destaca é a redução | no consumo de energia quando comparada à | produção do metal. 74 | Vidro | A quantidade de vidro gerado pela administração | pública varia entre os órgãos e instituições, entretanto, de uma forma geral, esse material é gerado em | quantidade muito inferior ao papel e plástico. O vidro | pode ser reaproveitado ou destinado à reciclagem | para tanto deve-se observar a sua correta separação. | Lixo orgânico | A quantidade de lixo orgânico gerada depende | das especificidades de cada instituição. A sua | destinação final pode ser os aterros sanitários | da região ou ainda um sistema de compostagem | que pode ser realizado por qualquer instituição e | servir de adubo para as áreas verdes. | O material de expediente | Nem sempre prestamos atenção se o material | de expediente é de fato necessário e em caso | positivo, se é usado de forma racional. E mais, | sequer sabemos se esses materiais são produzidos a partir de fontes naturais não renováveis, | como minerais, carvão e petróleo. | Seja qual for a função que exerçamos na administração pública, o resultado do nosso comprometimento com o uso racional de todo o tipo | de bem público será bem visto e com certeza | influenciará, em pouco tempo, outros servidores | a procederem da mesma forma. Combater o desperdício é poupar os recursos naturais e valorizar | os bens públicos. Combater o desperdício é conviver de forma equilibrada com a natureza e fazer | economia para os cofres públicos. | Materiais de escritório mais usados e desperdi- | çados: | Outros Resíduos gerados nas | Atividades de Governo | Lâmpada fluorescente | As lâmpadas fluorescentes, apesar de serem mais | econômicas do que as incandescentes, contêm | mercúrio, um metal pesado altamente prejudicial | ao meio ambiente e à saúde. Os resíduos de lâmpadas fluorescentes são considerados resíduos | perigosos (Classe I) pela Associação Brasileira | de Normas Técnicas (ABNT) porque apresentam | concentrações de mercúrio e chumbo que excedem os limites regulatórios, o que exige a adoção | de medidas adequadas para o seu descarte que | não deve, jamais, ser feito diretamente nas lixeiras. | Como forma de minimizar os impactos provocados pelo descarte inadequado de lâmpadas os | órgãos da administração pública devem buscar | soluções internas e possuir um gerenciamento | específico que permita a correta descontaminação | e descarte dessas lâmpadas. 75 | Pilhas e Baterias | A Legislação Brasileira (Resolução CONAMA nº | 401/2008) estabelece que pilhas e baterias que | tenham elevados teores de chumbo, mercúrio e | cádmio, devem ser recolhidas pelos estabelecimentos comerciais. Caberá ao comércio varejista | encaminhar o material recolhido aos fabricantes e | importadores que, por sua vez, serão responsáveis | pela reciclagem, ou, quando não for possível, pelo | descarte definitivo em aterros sanitários licenciados. | A resolução prevê ainda que nos materiais publicitários e nas embalagens de pilhas e baterias, | fabricadas no País ou importadas, deverão constar | de forma clara, visível e em língua portuguesa, a | simbologia indicativa da destinação adequada, as | advertências sobre os riscos à saúde humana e | ao meio ambiente, bem como a necessidade de, | após seu uso, serem encaminhadas aos revendedores ou à rede de assistência técnica autorizada. | Cartuchos e tonners | Os cartuchos e tonners - assim como pilhas, baterias e lâmpadas fluorescentes - são resíduos | considerados perigosos e devem ter uma destina- | ção apropriada. Caso esses resíduos sejam manejados de forma inadequada, podem contaminar | o solo, a água, os animais e os seres humanos | causando sérios problemas ao meio ambiente | e ao homem. A melhor opção é encaminhá-los | para empresas especializadas que possam proceder sua recarga para posterior reutilização, | prolongando sua vida útil. Não sendo possível o | encaminhamento, é preciso buscar uma forma de | encapsulá-los ou destruí-los. | Pneus | A Resolução CONAMA nº 416/09, que “Dispõe | sobre a prevenção à degradação ambiental causada por pneus inservíveis e sua destinação | ambientalmente adequada, e dá outras providências”, disciplina o gerenciamento dos pneus | considerados inservíveis que, dispostos inadequadamente, constituem passivo ambiental, | com riscos ao meio ambiente e à saúde pública. | Um sistema de logística reversa será aplicado | para destinação correta de pneus inservíveis, | estabelecendo que o resíduo é de responsabilidade de fabricantes e importadores. Eles | serão obrigados a coletar e dar destinação | ambientalmente adequada aos pneus na proporção de um para um. Isso significa que a | cada pneu novo comercializado, um inservível | deverá ser recolhido.76 | Carcaças de computadores | e ar condicionados | Podem ser comprados para desmonte. Em cidades como Curitiba e São Paulo existem empresas | que recebem esses materiais para o reaproveitamento ou reciclagem. | Óleos lubrificantes | Óleos não re-refinados ou não reciclados, depois de usados, deverão ser acondicionados em | tambores para disposição em aterros industriais | próprios para resíduos perigosos. Em sua composição há metais e compostos altamente tóxicos e | por isso são classificados como resíduos perigosos à saúde humana, animal e ao meio ambiente. | Leia a Resolução CONAMA nº 9, de 31 de agosto | de 1993, para saber mais a esse respeito. | Carcaças de veículos | Podem ser encaminhadas aos ferros-velhos ou | sucateiros. | Móveis | Podem ser levados para aterros sanitários ou doados às entidades sociais. | Canos de cobre, ferro e alumínio | Podem ser vendidos a sucateiros. | Peças mecânicas e baterias de veículos | Peças mecânicas de metal devem ser encaminhadas aos ferros-velhos ou sucateiros e as baterias | de veículos descarregadas, enviadas ao revendedor. As resoluções nos 257 e 263/99 do CONAMA | tratam do tema baterias. | Medicamentos com data vencida e | resíduos de serviços de saúde | Podem ser encaminhados aos serviços de saúde. | Leia a Resolução CONAMA nº 358/2005 para | saber mais a esse respeito. | Produtos químicos em geral | Podem ser levados para aterros industriais ou | dispostos em aterros de resíduos perigosos. | Entulhos de construção | civil e canos de PVC | Leia a Resolução CONAMA nº 307/2002 para saber mais a esse respeito. | Divisórias e cortinas | Quando verificado a impossibilidade de reaproveitamento, devem ser encaminhadas aos aterros | sanitários.77 | Mudanças Climáticas | A mudança global do clima é um dos mais significativos desafios da atualidade. | O aquecimento do planeta é o resultado de um processo de acúmulo de gases de | efeito estufa na atmosfera, causado pela interferência humana que está em curso desde | a revolução industrial. O estilo de desenvolvimento seguido pela sociedade priorizou | a utilização de combustíveis fósseis para a produção de energia, que, associado ao | aumento acelerado da mudança no uso da terra, levaram a um significativo incremento | na liberação de gases de efeito estufa para a atmosfera. | O aquecimento global provoca alterações na dinâmica do sistema climático, intensificando eventos extremos, como secas e tempestades e modificando ecossistemas. | Em 1992, foi assinada a Convenção-Quadro sobre Mudanças Climáticas (UNFCCC) | no âmbito da Organização das Nações Unidas - ONU, em que se definiu o termo | “Mudanças Climáticas” como sendo: a mudança do clima que é atribuída direta ou | indiretamente à atividade humana, que altere a composição da atmosfera mundial | e que se soma àquela provocada pela variabilidade natural do clima observada ao | longo de períodos comparáveis. | Apesar de incerto quanto a sua magnitude, a mudança climática já é reconhecida | como fato pela comunidade científica internacional. Por ser global, o problema requer | o engajamento de todos: comunidade internacional, governos nacionais, governos | locais e regionais, indústrias, setor agrícola, universidades e escolas, organizaçõe |
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